O futuro ministro da Justiça do governo Lula, Flávio Dino, anunciou nesta quarta-feira, 21, que Edmar Camata não assumirá mais o comando da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Dino havia efetuado ontem a indicação de Camata, mas exposição de opiniões públicas do agente da PRF sobre a Operação Lava Jato e a prisão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) irritaram a cúpula petista. Nas redes sociais, o ex-indicado de Dino elogiou e apareceu ao lado de Deltan Dallagnol, ex-coordenador da Lava Jato e recém-eleito para a Câmara dos Deputados, e defendeu a prisão de Lula. “O fato, hoje, é que Lula está preso. Também estão presos Cabral, Cunha, Geddel, Vaccari, André Vargas, Henrique Alves, Palocci, Gim Argelo… Todos inocentes? Todos sem provas? Lula não foi o primeiro. Ao contrário, sua prisão foi cercada de precauções, para muitos, desnecessárias”, escreveu Edmar Camata em abril de 2018. No lugar dele, o futuro ministro da Justiça indicou Antônio Fernando Oliveira.
“Tivemos algumas polêmicas nas últimas horas. O entendimento meu e da minha equipe foi que seria mais adequado substituir. Levamos em conta menos as visões pretéritas e mais o presente e o futuro. Mas, ao olhar o futuro, precisamos examinar se aquele líder tem condições políticas de conduzir a sua atribuição. Em relação a posições dele pretéritas sobre Lava Jato, Sergio Moro e Dallagnol… Volto a dizer que não é um critério. Realmente não se trata de um julgamento de condições pretéritas de quem quer que seja, mas, sim, de avaliação quanto à existência de condições políticas para liderar”, tentou se justificar Dino, em entrevista coletiva no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição. Oliveira, o substituto de Camata, Oliveira, está na PRF desde 1994 e chefiou a instituição no Maranhão, Estado onde Flávio Dino foi governador. Ele é adovogado, pós-graduado em direito tributário e mestrando em ciências jurídicas pela Universidade Autônoma de Lisboa.