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Zambelli contesta decisão do STF, diz que não teve o direito de se defender e afirma que não devolverá arma

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) concede uma entrevista exclusiva ao programa Os Pingos Nos Is, da Jovem Pan, na noite desta terça-feira, 20, e falou sobre a decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que ordenou à parlamentar a devolução de sua pistola e as munições correspondentes em decorrência do episódio de perseguição envolvendo a política um dia antes do segundo turno presidencial, no fim do mês de outubro. Segundo a congressista, o entendimento do magistrado da Suprema Corte não está amparado nos termos da lei e a entrega do armamento não acontecerá dentro do prazo estabelecido de 48 horas, já que, no momento, a deputada se encontra fora do país. “Não precisaria pedir a minha pistola, até porque não tenho só uma, tenho quatro. Não vou devolver, são meus bens. Não fui intimada e, ainda que tivesse sido, não posso [devolver]. Em 48 horas ainda estarei na Itália. Não tem como, e pretendo recorrer quando intimada”, disse a deputada reeleita por São Paulo com a segunda maior votação do Estado. Zambelli também apontou falhas no processo e disse acreditar que a ação do STF baseia-se em “perseguição política”. A congressista explicou que possui o porte de armas para carregá-la por toda a extensão territorial do país e que, por isso, é errônea sua acusação de porte ilegal. Na sequência, Carla ressalta que sacou a arma em local aberto, sem a presença de outros envolvidos, e pontua a informação da perícia de que oito pessoas estavam envolvidas no ato de ameaça à deputada. “Foi tudo bastante tramado para tentar me pegar na saída do restaurante. Se você analisar a lei, eu fiz tudo corretamente”, disse.

Integrante da base governista e apoiadora do presidente Jair Bolsonaro (PL), Zambelli também afirmou que o vazamento do seu número de telefone celular na madrugada qu antecedeu o episódio contribuiu para o clima de tensão. Nas palavras da deputada, foram contabilizados 40 mil mensagens enviadas após seu número tornar-se público e em “algumas centenas” haviam ameaças de morte. Foi quando Carla solicitou reforço na sua equipe de segurança ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). “‘Arthur, preciso que minha escolta seja nacional. As ameaças estão aumentando e preciso que reveja minha escolta”, disse a deputada ao mandatário. Zambelli explicou que sua escolta, cedida pela Câmara, está autorizada a atuar somente em Brasília. Com isso, o rapaz armado que a acompanhou no incidente não era um segurança oficial e sim um amigo da deputada. A política aproveitou para ressaltar que o poder Judiciário deveria se preocupar com “casos mais graves que poderiam estar sendo analisados pelo Supremo Tribunal Federal” envolvendo “dezenas de políticos corruptos”, sem especificar casos de maior importância. Por fim, Zambelli argumentou que o episódio serviu para que mulheres pudessem se sentir empoderadas e representadas na ação da deputada – que partiu contra um agressor com a arma empunhada em mãos nas ruas de são Paulo e dentro de uma padaria. “O que eu ouvi, do dia 29 de outubro até hoje, de centenas de mulheres que disseram que eu as represento. Não tenho como agradar todo mundo, mas representei muitas mulheres que já foram agredidas em suas vidas”, pontuou.

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