InícioEntretenimentoCelebridadeCardeal Dom Sergio da Rocha preside missa em memória das crianças assassinadas

Cardeal Dom Sergio da Rocha preside missa em memória das crianças assassinadas

O início da manhã desta terça-feira (28) foi marcado pela celebração do Dia dos Santos Inocentes na Igreja da Santíssima Trindade, localizada no bairro Água de Meninos, em Salvador. Por lá, o Arcebispo da capital e Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sérgio da Rocha, presidiu uma missa em memória das crianças assassinadas a pedido do rei Herodes quando procurava Jesus recém-nascido para o matar. 

A missa foi organizada pela Ação Social Arquidiocesana (ASA), através da pastoral do Menor (Pamen). Durante a cerimônia, também foram recordadas as crianças, os adolescentes e os jovens vítimas de violência nos dias atuais. Segundo o Arcebispo de Salvador, após a celebração do Natal, a festa dos Santos Inocentes leva o olhar para os inúmeros jovens que sofrem violência no mundo e, principalmente, na capital baiana. 

“Nós queremos expressar nossa solidariedade e amor ao próximo mais sofredor, especialmente a criança e tantas outras pessoas vítimas de violência e injustiças. Queremos vivenciar um Natal compartilhando com os que mais sofrem”, destacou Dom Sérgio. 

Ao citar ações policiais em comunidades de Salvador e que deixaram diversos feridos e mortos, o Arcebispo ressaltou que a violência, que tem vitimado tantos jovens, é uma preocupação da igreja e um desafio muito grande que precisa ser enfrentado. “Por isso, visamos sempre valorizar mais as iniciativas comunitárias para a superação da violência e tantos outros problemas sociais”, pontuou. 

Crianças do projeto Beija-Flor cantam durante missa (Foto: Ana Lúcia Albuquerque/CORREIO)

Herodes era o governador da Judéia na época em que Jesus Cristo teria nascido. Ao receber a notícia de que o Messias teria vindo ao mundo na cidade de Belém, Herodes preferiu cortar o problema pela pela raiz antes que o tal salvador de fato se transformasse em um problema para ele. Segundo a Bíblia, Herodes ordenou que seus guardas matassem todos os meninos com menos de 2 anos que encontrassem na cidade de Belém e nos seus arredores. 

A pedagoga Jocelia Peixoto, 49, explicou que é importante, com a missa, celebrar a vida, apesar dos números altos de violência e mortes. “Precisamos comemorar, se fortalecer espiritualmente, para continuar na luta, porque temos muitos Herodes que precisamos enfrentar hoje, Herodes que impedem as crianças e suas famílias de terem acesso a alimentação, saúde, lazer e à vida”, afirmou. 

Segundo Eliana Pitangueira, 66, que acompanhou toda a missa, o Dia dos Santos Inocentes tem uma grande relevância por tornar público o número de crianças e jovens que estão sendo violentadas, até pela própria família. Ela também ressaltou que a celebração também garante que os fiéis renovem suas energias, para voltarem fortalecidos para suas casas. 

Eliana confessou ainda que vai viajar nesse final de ano, mas fez questão de comprar a passagem para um horário depois da missa: “Estou indo ver minha neta e dois bisnetos, mas só iria depois de passar na igreja para esse evento. É aqui que eu me renovo, me fortaleço, para continuar na luta contra a violência e atuando em prol das causas sociais”. 

Ações que geram vida

Enquanto inúmeras crianças e adolescentes continuam sofrendo com a violência ou acabam tendo as vidas ceifadas, ou sentenciadas pela falta de direitos, a Igreja conta com inúmeras ações a favor da vida. Um exemplo é a Pastoral da Criança que luta diariamente pela saúde não só dos pequenos, mas de toda a família, garantido a vida por meio da redução dos quadros de desnutrição e também de controle em casos de obesidade infantil.

A Pamen também desenvolve ações que promovem a vida, como o acompanhamento de meninos e meninas em situação de vulnerabilidade social. A Arquidiocese de Salvador também conta com o projeto Raquel, que tem como objetivo ajudar as famílias que sofreram com o aborto, seja ele espontâneo ou não. Além dessas ações, existem ainda as que são promovidas pela Infância e Adolescência Missionária, que luta por direitos e por dignidade; além de outras iniciativas que promovem a vida.

Na missa de hoje, as crianças e adolescentes que garantiam a música da celebração fazem parte do projeto Catequese Musical, desenvolvido na comunidade conhecida como Beiru, no bairro Tancredo Neves, na Paróquias Espírito Santo. Quem participa do grupo é Jean Philipe, 17, que toca cerca de 100 instrumentos musicais por conta da iniciativa. “Eu estou aqui desde que nasci, porque sou filho do fundador. Hoje consigo me sustentar por meio da música”, explicou o jovem. 

Crianças e adolescentes do projeto Catequese Musical (Foto: Ana Lúcia Albuquerque/CORREIO)

“Participar da missa, desse culto em homenagem aos Santos Inocentes é dizer que nós somos a favor da vida, como diz na Bíblia: ‘Que todos tenham vida e vida plena’. E nós, da Catequese Musical, acreditamos que participar desse evento é a cura espiritual das dores, das mazelas e das faltas em nossa sociedade”, comentou o fundador do projeto, Jean Santos, 40.

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