Caso pensado ou apenas mera coincidência, o ministro da Civil, Rui Costa (PT), nomeou como assessora especial do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) uma integrante do gabinete do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Rio de Janeiro. Até o fim de 2022, Priscila Bastos Horine fazia parte da lista de cinco membros da equipe pessoal de Bolsonaro no estado onde reside. Mais do que isso. Priscila Horine era quem cuidava do cerimonial da Presidência da República no Rio e organizava diretamente as visitas e eventos realizados por Bolsonaro. Para completar, esteve no centro do polêmico sigilo imposto pelo Planalto sobre o gabinete regional do então presidente.
Recordar é viver
Em maio do ano passado, a Comissão do Trabalho, Administração e Serviços públicos da Câmara dos Deputados chegou a aprovar requerimento para que o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, explicasse a decisão de impor grau de sigilo reservado às informações sobre a equipe da Presidência naquele estado.
Ruído passado
A nomeação da ex-auxiliar de Jair Bolsonaro por Rui Costa é ainda mais curiosa porque ocorre cerca de nove meses após O Globo publicar reportagem em que atribui ao gabinete presidencial, instalado no Palácio da Fazenda, centro da cidade do Rio de Janeiro, o caráter de escritório fantasma. De acordo com o jornal, o espaço, que até abril de 2022 já havia consumido R$ 1,7 milhão apenas em salários, nunca tinha sido usado oficialmente por Bolsonaro. Ainda conforme a reportagem, servidores nomeados parta cargos de confiança, como a nova assessora especial de Geraldo Alckmin, raras vezes apareciam por lá.
Ligação direta
Caso se confirme o acordo do Palácio de Ondina com o deputado estadual Vitor Azevedo, um dos quatro novatos do PL na Assembleia, o eventual apoio do parlamentar leva o sotaque pernambucano do ex-ministro João Roma (PL) para dentro do governo Jerônimo Rodrigues (PT). Roma foi o padrinho da candidatura de Azevedo, publicitário sem experiência anterior em eleições. Mesmo assim, se tornou um dos principais destinatários do fundo de campanha do PL na Bahia e beneficiado com lideranças alinhadas a Roma, de quem foi chefe de gabinete no Ministério da Cidadania.
Bateu, levou!
Mal tomou posse do cargo, o deputado estadual Emerson Penalva (PDT) já revelou inclinação para o posto de pitbull da tropa oposicionista na Assembleia. Com somente um dia de mandato, o novo vice-líder da oposição na Casa mostrou os dentes para o vereador Sílvio Humberto (PSB), que criticou ontem as filas de ambulantes na Secretaria de Ordem Pública de Salvador (Semop). Ele deveria enxergar a fila da regulação que leva a população baiana à morte”, disparou Penalva.
Outro papo
Ao ir pessoalmente à posse dos deputados estaduais na nova legislatura, fato inédito na história recente da política baiana, Jerônimo Rodrigues quis marcar a diferença entre ele e o antecessor. Rui Costa, como se sabe, sempre manteve distância regulamentar do Legislativo.
O nosso gabinete será um verdadeiro reduto dos diversos patriotas que temos em nosso estado e que não abrem mão da nossa pátria. Não faltará em mim empenho para cumprir essa missão Diego Castro, deputado estadual estreante do PL, ao prometer oposição ferrenha ao PT sem ceder ao discurso moderado