Utilizado por mais de 130 milhões de pessoas e 11 milhões de empresas, o Pix já entrou na rotina dos brasileiros. No ano passado, quase R$ 11 trilhões foram transacionados na plataforma criada pelo Banco Central, o dobro do que havia sido registrado em 2021.
Uma pesquisa feita pelo banco UBS BB mostrou que o Pix já dominou o mercado de transferências. A ferramenta instantânea representou 86% das transferências bancárias no final do ano passado, frente aos TEDs e DOCs.
O desafio é ampliar o uso do Pix nos pagamentos. O levantamento do UBS mostrou que 96% dos estabelecimentos comerciais já oferecem aos clientes a opção de pagar com o QR Code ou com a chave.
Um ano antes, 68% dos estabelecimentos disponibilizavam a opção de pagar com a ferramenta do BC. A participação da modalidade nas vendas subiu de 2% em 2021 para 14% em 2022.
Para ampliar a adesão, muitos desses estabelecimentos estão oferecendo aos clientes “benesses”, para desestimular, principalmente, o uso do dinheiro.
O levantamento do UBS mostra que 40% dos comerciantes dizem estimular o uso do Pix oferecendo cashback para o cliente que escolhe pagar com a ferramenta instantânea. Outros 34% dizem oferecer desconto sobre o valor da mercadoria, e 12% oferecem promoções especiais, como “leve dois, pague um”.
A razão para o estímulo à modalidade é a despesa. As taxas cobradas nas transações com cartões de crédito e débito são mais altas e o uso do dinheiro tem um custo implícito de transporte e segurança das cédulas.
O número de comerciantes que não oferecem nenhum benefício para quem paga com o Pix foi de 8%. Dois anos antes, no último trimestre de 2020, esse percentual era de 40%.
“Embora seja difícil mensurar exatamente quanto o Pix está tomando de espaço de outros métodos de pagamento, uma vez que alguns comerciantes recebem as transferências diretamente em suas contas, acreditamos que a plataforma está substituindo principalmente o uso de dinheiro e desacelerando o crescimento do cartão de débito”, escreveram os analistas do UBS.