O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse na manhã desta segunda-feira, 6, que o governo federal espera que 80% das cerca de 15 mil pessoas envolvidas no garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, saiam do território ao longo desta semana.
Segundo o ministro, já há um fluxo de saída “na casa dos milhares”. A expectativa é que a saída da maioria dos garimpeiros ocorra antes do início da operação policial coercitiva – que será feita com apreensão e destruição de equipamentos, destruição de pistas clandestinas e eventuais prisões em flagrante.
Dino disse que o governo não prestará apoio aéreo para a saída dos garimpeiros do território. A solicitação foi feita pelo governador de Roraima, Antônio Denarium (PP). “Não temos como empregar aeronaves públicas para apoiar pessoas que estavam praticando um crime. Claro que estamos nesse momento permitindo que essas pessoas saiam pelos seus próprios meios”, afirmou. Não há estrada que ligue o território ao resto do Estado e há relatos de pessoas ilhadas, com dificuldades para conseguir transporte aéreo.
O ministro destacou, contudo, que a “situação social” relacionada às pessoas que serão retiradas do território é tópico de preocupação do governo. De acordo com Dino, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, tem se reunido com Denarium para tratar do assunto.
Ainda nesta segunda-feira, Dino atendeu a pedido da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e do Ministério dos Povos Indígenas para ampliar a segurança nas bases do órgão indigenista e dos postos de saúde. O motivo é o fluxo intenso de saída de pessoas. “Mais de 100 integrantes da Força Nacional estarão chegando entre hoje e amanhã (terça-feira)”, afirmou o ministro.