Vice-presidente entende que a reclamação deve ser feita ao alto patamar da taxa Selic, não à autonomia do Banco Central ou ao presidente da instituição
TOMZÉ FONSECA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Vice-presidente da República, Geraldo Alckmin
A reclamação contra os juros elevados no Brasil é antiga e já foi feita por vários expoentes políticos tanto de direita quanto de esquerda. O ex-vice-presidente José Alencar fazia campanha pela redução da taxa básica de juros, a Selic, desde os primeiros mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no início dos anos 2000. Agora, foi a vez do atual vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB) também levantar a mesma bandeira: “Nós temos 2% do PIB do mundo, 98% do comércio está fora do Brasil. Nós temos que aproveitar todas as oportunidades para gerar emprego, para fazer crescer a economia e baixar os juros. Isso é muito importante para poder atrair mais investimento e a economia crescer mais”. O entendimento de Alckmin é de que a crítica deve ser feita aos juros, não ao presidente do Banco Central, muito menos a Roberto Campos Neto de forma pessoal.
Por isso, os ministros de Estado passaram a última semana tentando minimizar o mal-estar criado pelas críticas feitas por Lula. Em mais de uma oportunidade, os ministros também negaram a intenção do governo de derrubar a autonomia do Banco Central. A equipe do governo trabalha agora na preparação da viagem de Lula à China, no mês que vem. Segundo Geraldo Alckmin, o Brasil precisa ampliar a relação comercial com os chineses. O comércio bilateral entre os dois países, hoje, gira em torno de US$ 190 bilhões, com investimentos chineses no país somando US$ 70 bilhões.
*Com informações da repórter Luciana Verdolin