Com a missão de levar paz e muita alfazema para avenida, o Afoxé Filhos de Gandhy retorna para o Carnaval de Salvador. A tradicional caminhada da sede, no Pelourinho, até o Campo Grande começou a ser feita por volta das 17 horas.
Como o presidente do grupo, Gilsoney de Oliveira, já havia adiantado, houve supresa antes do desfile. Indígenas realizaram um ritual na Rua Chile, com a presençado governador Jerônimo Rodrigues e do vice Geraldo Jr. O ritual faz referênciaao tema deste ano, “Caboclos de Pena e Encourados”
A expectativa é que cinco mil homens façam parte do bloco, que em 2023 completa 74 anos de existência. O traje deste ano traz os tradicionais tons de azul escuro na frente e claro atrás, além do tradicional turbante. Há ainda alguns detalhes em amarelos e a inscrição “Salve a Amazônia”. Nos pés, sandalhas brancas com o símbolo do grupo.
Antes da saída do grupo, foi realizado o tradicional padê, rito típico de religiões de matriz africana que consiste em oferecer alimentos e bebidas a Exu como forma de pedir proteção.
A origem dos Filhos de Gandhy remete a 1949, quando estivadores portuários preocupados com a falta de trabalho e o arrocho salarial decidiram colocar um bloco na rua. Só em 1951 o bloco passou a admitir homens de outras classes trabalhadoras.
O governador Jerônimo Rodrigues contou que esta é a terceira vez que desfila com o grupo e disse se sentir homenageado pelo tema escolhido, já que é indígena. “As pessoas reconhecem quando alguem conhece alguma conexão física e espiritual, mas nos entregam uma responsabilidade. A minha presença hoje no desfile é porque acredito em políticas de cultura como essa”, afirmou.