Criou-se uma situação delicada para os Jogos Olímpicos de 2024, em Paris. Dezenas de países, incluindo Estados Unidos, Grã-Bretanha e França, prometeram seu apoio à proibição de atletas russos e bielorrussos de competir em eventos esportivos internacionais, disse um comunicado do governo britânico.
Na prática, isso significa dizer que o Comitê Olímpico Internacional (COI) está desesperado para evitar que as Olimpíadas de Paris de 2024 sofram as consequências pela invasão russa da Ucrânia.
O movimento anunciado nesta segunda-feira (20/2), segundo a Reuters, bate de frente às propostas do COI, que sugerem uma possibilidade de permitir que atletas russos e bielorrussos retornem às competições como “neutros”, inclusive nas Olimpíadas do ano que vem.
“Existem sérias preocupações sobre a viabilidade de atletas russos e bielorrussos competirem de forma neutra, uma vez que são financiados e apoiados diretamente por seus estados”, acrescentou o comunicado do governo britânico.
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, parece irredutível e disse que não gostaria de ver a delegação russa nas Olimpíadas de 2024, enquanto a guerra na Ucrânia estiver em andamento. O certo é que a Ucrânia ameaçou boicotar os Jogos se atletas russos e bielorrussos competirem.
O boxeador mundial ucraniano e campeão olímpico dos pesos-pesados de 2012, Oleksandr Usyk, disse que os russos ganharão “medalhas de sangue, mortes e lágrimas” se puderem participar.
A situação que se desenha neste momento relembra os boicotes nas décadas de 1970 e 1980, durante a era da Guerra Fria que ainda assombram o corpo olímpico global hoje. O COI alega que um boicote violaria a Carta Olímpica e sua inclusão de russos e bielorrussos é baseada em uma resolução da ONU contra a discriminação dentro do movimento olímpico.
Desde a invasão da Ucrânia, muitos órgãos esportivos mudaram eventos e suspenderam times ou atletas russos e bielorrussos, enquanto patrocinadores rescindiram contratos em protesto contra a guerra.
O governo britânico acrescentou que a Rússia e a Bielo-Rússia podem “abrir caminho para o retorno total de seus atletas à comunidade esportiva internacional, encerrando a guerra que começaram”.
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