Em entrevista ao Pânico, senador explicou por que apoiou Bolsonaro mesmo após rompimento e relembrou sua atuação na Lava Jato: ‘No Brasil, vão para cima de quem tenta fazer a engrenagem funcionar’
Reprodução/Jovem Pan News
Sergio Moro foi o convidado do programa Pânico
Nesta segunda-feira, 6, o programa Pânico recebeu o senador Sergio Moro. Em entrevista, ele falou sobre o novo governo Lula e afirmou ser favorável a uma reforma no STF. “A gente sabe que vai ser difícil. Agora, é âncora para deixar o país para trás, não avançar ou para afundar”, disse o ex-ministro sobre a âncora fiscal prometido pela equipe de Fernando Haddad. “A vantagem de fazer oposição, muitas vezes, é que é mais fácil que a situação em que você tem que apresentar o resultado”, completou. “O Supremo é o que a gente tem discutido lá no Senado. Eu acho que precisa, sim, revisitar o Supremo, sem entrar naquele espírito bélico contra os ministros. Mandato de 12 anos. Pensar em diminuir os pesos das decisões de um só ministro, às vezes uma decisão suspende uma lei do Congresso.”
Recentemente, durante uma entrevista ao próprio Pânico, Eduardo Cunha fez críticas à entrada de Moro na política e à Operação Lava Jato. O ex-juiz rebateu as falas do deputado federal. “A gente tem que lutar nem que tenha esses remédios, esses retrocessos. Tem que insistir, porque a gente quer viver num país que seja mais decente. A pessoa fala: ‘Você não devia ter saído da magistratura’. Houve uma reação política, quem são os culpados por esse retrocesso? A gente tem que ver lá quem anulou a decisão. Sempre mantive essa linha de coerência e vou mantê-la”, afirmou. “Processo penal tem que ser assim. O cara cometeu um crime, tem que pagar. Esse que é o mundo civilizado. No Brasil, ao em vez de pôr a culpa em quem é o responsável por fazer com que as engrenagens não funcionem, vão para cima de pessoas que tentam fazer a engrenagem funcionar.”
Moro ainda comentou sobre sua passagem pelo Ministério da Justiça e afirmou que entrou na política em busca de políticas técnicas para a segurança pública. “A minha percepção foi a de que eu seria um técnico, como era Paulo Guedes. Era assim que foi tratado pela imprensa, inclusive foi elogiada minha ida. Quando o caminho daquilo que eu acreditava foi cortado no governo, eu saí. Mantive a minha coerência”, refletiu o senador.
Moro ainda rebateu as críticas sobre o apoio a Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2022, mesmo depois de ter deixado o governo. “Entendia que era melhor para o país a opção do Bolsonaro, ainda que eu não tenha retirado nenhuma das minhas críticas, ainda que eu tenha minhas pautas próprias. Não estou feliz com esse novo governo. Qual é a resposta que nós temos? Fazer oposição. Sim, é o que eu vou fazer lá no Congresso.”
Veja a entrevista de Sergio Moro na íntegra