A viagem do governador Jerônimo Rodrigues (PT) à China custará aos cofres públicos pelo menos R$ 514 mil, aponta um levantamento feito pela Satélite no portal de transparência da Secretaria Estadual da Fazenda. Do total, cerca de R$ 430 mil foram destinados para cobrir gastos com passagens áreas, hospedagem, alimentação e deslocamento de Jerônimo da equipe do governo baiano escalada para acompanhá-lo na visita, que coincide com a ida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao país asiático. O restante dos gastos se referem ao pagamento de diárias do governador e de integrantes da comitiva do petista na China, para onde ele parte no fim de semana, com retorno previsto para 8 de abril.
Cortejo a tiracolo
Seis auxiliares de Jerônimo são listados no portal de transparência como parte da trupe do Palácio de Ondina, de acordo com dados referentes ao repasse de diárias para a primeira viagem internacional do governador. Entre eles, o chefe de Gabinete do governo, Adolpho Loyola.
Tábua de salvação
De acordo com cardeais da base aliada ao PT, a visita à China faz parte da estratégia de Jerônimo para os 100 dias dele à frente do cargo. Fontes com trânsito livre na cúpula do governo afirmam que, como ainda não tem nenhum grande resultado para marcar a data, o petista tentará amarrar investimentos entre gigantes chineses e anunciá-los em 10 de abril, quando completa o centésimo dia no cargo. A princípio, a maior aposta de Jerônimo está no fechamento do acordo sobre a instalação de uma fábrica de carros elétricos da montadora BYD em Camaçari, no local antes ocupado pela Ford.
Ou vai ou racha
Dirigentes e parlamentares baianos do PP e da União Brasil interessados em consolidar a federação entre as legendas gastam saliva para quebrar a resistência da ala contrária, sob argumento de que a tendência se tornou caminho sem volta e vital à sobrevivência da maioria dos partidos. A avaliação tem como pano de fundo o fim das coligações para eleger deputados e vereadores. Como não podem mais se unir a outras siglas, montar chapas competitivas com candidatos de puro-sangue virou missão quase impossível sem as federações.
Vida própria
O presidente da Câmara de Vereadores da capital, Carlos Muniz (PTB), sinalizou a aliados que os planos políticos traçados por ele passam longe do xadrez pessoal do vice-governador Geraldo Júnior (MDB). O que inclui a decisão sobre o futuro partido, a adesão à base do prefeito Bruno Reis (União Brasil) ou a migração para o bloco petista.
Cada um na sua
Embora seja grato a Geraldo Júnior por ganhar o comando da Câmara, Carlos Muniz deixou claro que o apoio não será retribuído com subserviência e que pretende adotar independência cordial com o antecessor. Em suma, qualquer movimento que ambos façam será por conta própria.
Frase
“Deixei bem claro que sou contra qualquer aumento de imposto. Quando a empresa paga mais tributo, quem ganha é o governo, e não o povo, que paga a conta“, Angelo Coronel, senador pelo PSD da Bahia