InícioEditorialPolítica NacionalLira fecha acordo para ‘superbloco’ na Câmara com mais de 170 deputados

Lira fecha acordo para ‘superbloco’ na Câmara com mais de 170 deputados

Grupo parlamentar formado por sete partidos e uma federação fechou acordo para a formação do maior bloco partidário da Câmara dos Deputados. Encabeçado pelo Progressistas, legenda do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), o agrupamento deve ser anunciado nesta quarta-feira, 12. Além do PP, o União Brasil, PDT, PSB, Solidariedade, Avante, Patriota e a federação Cidadania-PSDB também compõe o “superbloco”, que terá 175 parlamentares e liderança do deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE). O site da Jovem Pan já havia antecipado as negociações entre as legendas para a formação do bloco de Lira, entendido como uma reação dos aliados do presidente da Câmara à criação do “blocão” encabeçado pelo Republicanos, PSD, MDB, Podemos e PSC, que soma 142 parlamentares e é liderado pelo deputado federal Fábio Macedo (Podemos-MA).

Entre correligionários do PP, a avaliação é que a criação do primeiro blocão partidário, assim como o suposto apoio do Palácio do Planalto, “gerou desconfiança”. Isso porque há o entendimento de que o grupo foi formado para “escantear” Arthur Lira e consolidar maior apoio ao governo Lula 3 sem depender do político alagoano. “Isso é jogo do poder. O Lira tem 496 votos, a vitória mais maiúscula [da história]; o poder do presidente da Câmara é muito grande. O Planalto sabe disso”, afirmou o deputado José Nelto (PP-GO) à reportagem. De fato, o Palácio do Planalto via no primeiro grupo – então considerado o maior da Câmara – uma brecha para atrair o Republicanos para a base aliada na Casa e ampliar o número de deputados fieis ao governo federal.

Agora, o cenário que se impõe ao Executivo é outro. O “superbloco” de Arthur Lira, assim como o “blocão” do Republicanos, não deve aderir à base governista, o que complica mais a situação do Executivo – às vésperas da entrega do novo arcabouço fiscal. Entre membros de ambos os grupos, que juntos representam 317 dos 513 deputados, o discurso é que a decisão pelo voto pró-governo será avaliada “proposta a proposta”, cenário que impõe aos líderes de Lula novas negociações, com a troca de cargos, indicações e outros benefícios. Em última análise, a negociação do “superbloco” de Lira é entendida como uma nova demonstração da força do presidente da Câmara e também aponta os primeiros indicativos para a sucessão do político alagoano na Caixa Baixa, em fevereiro de 2025.

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