Em depoimento à Polícia Federal no dia 5 de abril, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que não levou para os Estados Unidos o segundo conjunto de joias que ganhou da Arábia Saudita e que entrou no Brasil sem ser apreendido pela Receita Federal.
Aos investigadores, Bolsonaro afirma que “não teve qualquer contato físico” com as joias e confirmou que os objetos estão guardados em um “galpão emprestado” pelo ex-piloto Nelson Piquet em Brasília, conforme já revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo.
O segundo kit de joias, como vem noticiando a coluna, é composto de relógio com pulseira de couro, um par de abotoaduras, caneta rosa gold, anel e um masbaha rose gold. Todos da marca suíça Chopard.
No depoimento, ao qual a coluna teve acesso, o ex-presidente foi questionado pelos policiais sobre por que não contou sobre a existência de outro pacote de joias, quando o caso do primeiro estojo apreendido pela Receita veio à tona pela imprensa, no início de março.
Bolsonaro justificou que “não recebeu qualquer pacote” e que “tudo foi direcionado para o acervo” da Presidência. Ele disse não ter tido “qualquer decisão” sobre o fato de o segundo pacote de joias ter sido classificado como “acervo privado de interesse público do presidente da República.”
Conversas com ajudante de ordensAinda no depoimento, Bolsonaro admite que conversou com o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, seu ex-ajudante de Ordens na Presidência, após a imprensa divulgar o caso das joias. O ex-presidente, entretanto, nega ter não conversado com os outros envolvidos.
“QUE depois que saiu na imprensa o caso em questão, apenas conversou com o MAURO CID sobre os fatos, pois conversa esporadicamente com o mesmo sobre diversos outros assuntos; QUE não conversou com qualquer dos outros envolvidos no caso em questão”, diz o depoimento.