O ex-parlamentar indiano Atiq Ahmed, assassinado a tiros na noite desse sábado (15/4) durante transmissão ao vivo na televisão, enfrentava mais de 100 acusações criminais. Entre os crimes, estavam extorsão, assassinato e sequestro.
Morto aos 60 anos, Ahmed venceu uma eleição pela primeira vez em 1989. Depois disso, foi eleito em mais cinco ocasiões, inclusive para o Parlamento indiano. A primeira acusação que enfrentou, no entanto, foi feita 10 anos antes, em 1979, em um caso de assassinato.
Segundo a BBC, ele se descrevia como um Robin Hood, que “gastava aos montes para ajudar os pobres”. Após seu partido cortar laços com ele e os ultranacionalista Bharatiya Janata chegarem ao poder, seu domínio político sobre a região começou a diminuir.
Em 2017, Ahmed foi preso por assédio. A ação mais recente movida contra ele, no entanto, é de fevereiro deste ano. Na ocasião, surgiu um vídeo em que uma testemunha importante no caso de assassinato de um membro do partido da região é morto por um grupo de homens. Ahmed e seu irmão estão entre os suspeitos de envolvimento no caso.
Ahmed estava preso desde 2019, condenado por vários crimes, incluindo sequestro e extorsão. Dois anos depois, o ex-político foi transferido para presídio após oficiais descobrirem que ele planejava um ataque a um empresário. Em março deste ano, foi condenado à prisão perpétua em outro caso de sequestro, realizado em 2006.
Suas últimas palavras foram sobre a morte de seu filho. O jovem Asad era procurado por assassinato e foi morto por forças do governo na última semana. “Não me levaram, então não pude ir [ao enterro]”, disse Ahmed sobre seu filho, antes de ser atingido pelos disparos.
Morto ao vivoO ex-parlamentar indiano Atiq Ahmed e seu irmão, Ashraf Amed, foram assassinados a tiros na noite de sábado (15/4).
O homem havia saído da prisão para ir ao hospital e estava algemado, sendo escoltado por policiais. Os atiradores se passaram por jornalistas e atiraram contra Atiq.
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram o momento do crime. Os homens estavam ao redor do ex-político, ao lado de jornalistas, quando sacaram armas e atiraram contra Atiq. Ele cai no chão e, em seguida, seu irmão é atingido pelos disparos.
Pessoas que estavam no local fogem, e os assassinos se aproximam dos corpos para efetuar novos disparos.
De acordo com as autoridades de segurança indianas, três pessoas foram presas. Eles teriam gritado palavras de ódio contra muçulmanos antes dos disparos. Atiq e Ashraf Ahmed faziam parte da minoria muçulmana da Índia.