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GSI torna públicas imagens de câmeras do Planalto e número de acessos trava site

Vídeos foram publicados neste domingo, 23, após quebra de sigilo pelo STF; internautas apontam instabilidades para download do material, que soma mais de 900 horas de gravações

Reprodução/Câmeras de Segurança

Câmeras de Segurança do Planalto mostram o agora ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional Gonçalves Dias (à esquerda, com jaqueta verde e camiseta azul) orientando vândalos que destruíram as sedes dos Três Poderes

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República divulgou neste domingo, 23, as gravações das imagens capturadas pelo circuito de câmeras do Palácio do Planalto no dia 8 de Janeiro, em meio às invasões dos manifestantes que depredaram a sede do poder Executivo. Com a divulgação através de dois links na página do órgão, em seu site, usuários passaram a mencionar o ministro interino do órgão, Ricardo Cappelli, para que o comandante ficasse ciente das instabilidades que o portal do GSI apresentava. Perfis nas redes passaram a comentar que, devido ao “excesso de acessos”, os arquivos poderiam apresentar problemas. “Equipe em campo para resolver”, respondeu Cappelli a um seguidor. No último sábado, 22, o chefe do órgão enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma cópia integral das imagens capturadas durante a invasão. Ao todo, somam-se mais de 900 horas de gravações em cada uma das 30 câmeras instaladas nas áreas internas e externas do Palácio. As imagens causaram uma crise política ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já que, nela, é possível enxergar o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Gonçalves Dias, transitando entre os vândalos que depredaram o patrimônio público. A divulgação das gravações ocasionou na queda de Dias no comando do órgão, sendo esta a primeira queda de um ministro desde o início do novo governo.

Em decorrência do aparecimento das imagens, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou que a Polícia Federal realizasse uma oitiva com os militares que apareciam nas imagens e seus depoimentos deveriam ser colhidos em até 48 horas. Na última sexta-feira, 21, o ex-chefe do GSI, Gonçalves Dias, afirmou que a falta de reação do governo no dia 8 de janeiro resultou de “um apagão geral do sistema pela falta de informações para tomada de decisões”. O militar ressaltou que não foi conivente com os vândalos e que sua ação no local da invasão ocorreu de modo a “gerenciar a crise” e direcionar as pessoas que “seriam presas pelos agentes de segurança no segundo piso tão logo descessem, pois era o protocolo”. Além de Dias, outros nove militares que foram identificados nas imagens prestarão depoimento a PF neste domingo. As oitivas acontecerão às 10h e às 14h e, embora os envolvidos sejam experientes e já tenham passagens pelos governos Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), há a suspeita e a possibilidade de uma inação, já que os servidores foram flagrados dando água para os vândalos que depredaram o prédio do poder Executivo.

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