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Já foi em Bom Jesus dos Passos? Conheça ilha escondida que faz parte de Salvador

Em toda a sua imensidão, não é se de admirar que a Baía de Todos-os-Santos possa apontar diversos caminhos onde há muito o que se aproveitar e conhecer. Mas, e se a gente disser que uma dessas rotas pode levar a um lugar que ainda guarda aquela tranquilidade típica do veraneio que todo mundo gosta? Logo ali, entre as ilhas de Madre de Deus e dos Frades, vale a pena visitar a ilha de Bom Jesus dos Passos, onde está localizado o restaurante Das Águas (@dasaguasbj), e, de brinde, curtir a natureza à beira-mar. 

O restaurante, que virou sucesso nas redes sociais e um dos principais atrativos turísticos da Ilha de Bom Jesus, acabou se tornando porta de entrada para esse paraíso escondido que faz parte de Salvador. Afinal, leva só 15 minutos para atravessar de lancha esse marzão via Terminal Marítimo de Salvador. Localizada bem próximo ao píer, quem comanda a casa é a chef Vanessa Soares, que, por duas vezes, venceu o prêmio Panela de Bairro (Rede Bahia). 

“Nosso charmoso recanto foi batizado pelos índios de Pataíba Assu, que significa Palmeira Grande, entretanto, foi rebatizada de Ilha do Bom Jesus dos Passos na construção da igreja em 1776, que leva o nome do santo da tradição católica. Atualmente, a ilha foi apelidada de ‘Bomja’ pelos que visitam e são cativados pelo povo acolhedor e por seus encantos naturais”, ressalta a chef, que frequenta a ilha desde criança. 

O restaurante não poderia ser em outro lugar, como conta Vanessa. Na alta estação, ela chega a receber 3 mil visitantes por mês: “Minha família paterna toda é daqui, porém, eu saí muito cedo para estudar na capital e há exatos 8 anos retornei com o intuito de fazer o que mais gosto na vida: cozinhar e contar histórias. Tenho um forte laço com esse lugar. Ter o restaurante aqui só foi possível, graças ao grande potencial turístico da região”. 

A aposta na cozinha nativa deu muito certo. O prato mais procurado é a Caldeirada Nativa (R$ 180) – com batatas, camarão, polvo, lagosta, mexilhão, lula e peixe – acompanhado de farofa de tapioca, arroz e pirão. A moqueca de fruta-pão é outro carro-chefe da casa: fruta-pão com fumeiro e camarão seco, acompanhado de farofa de tapioca e arroz (R$ 120). 

“O grande atrativo é a atmosfera que criamos para os nossos clientes. Recebemos com uma mesa posta, com músicas selecionadas, entregues à natureza dos manguezais e com bebidinhas e comidinhas muito bem elaboradas. Uma verdadeira vivência gastronômica. Valorizamos os insumos locais, mantendo todo o frescor, cor e sabor”, diz. 

E o famoso boca-boca, além das curtidas nas redes sociais, tornou o restaurante um grande atrativo da ilha, que acabou ganhando também uma maior visibilidade turística.  “A ilha, atualmente, tem uma infraestrutura com padrão internacional, coisa que não se via antes.  Restaurantes, pousadas, bares, empórios, cafés, padarias e farmácias surgiram após diversas melhorias realizadas. Ganhamos até a fama de ‘ilha gastronômica’. Afinal, Bom Jesus dos Passos já ganhou quatro títulos do Panela de Bairro. E desses, dois são meus”, conta ela. 

De dia, os visitantes vão encontrar uma cozinha nativa com moquecas, peixes fritos, caldos e bobós. À noite, a mesa dá lugar ao cardápio com pizzas artesanais, massas e risotos, acompanhados por um bom vinho. Também é possível agendar a refeição com hora marcada, onde os clientes escolhem o prato do cardápio, o número de pessoas e o horário que vai chegar. 

“Também temos a Cozinha ao Vivo, onde preparamos pratos únicos e especiais na frente dos clientes, entre eles, as paellas, feijoada de mariscos, baião do mar, risotos. Esse evento, além de trazer uma experiência sensorial, traz também a interatividade entre as pessoas”, acrescenta a chef. 

Lugar secreto
Sobre as belezas do lugar, tem mais coisa ainda para conhecer. Em meio a manguezais, quem for até a de Bom Jesus não pode deixar de visitar a Igreja de Bom Jesus dos Passos e também as praias da Pontinha e da Ponta do Padre. “Além da exuberância natural desse pacato paraíso, a ilha inspira paz e tranquilidade.  As ruas bucólicas são muito charmosas e cheias de histórias e  nossa gente é muito acolhedora”, diz Vanessa. 

A chef Vanessa Soares sempre frequentou a a ilha desde criança
(Foto: Divulgação)

Foi nesse cenário que a chef Vanessa Soares, ainda criança, ia na maré pegar siri mirim, mariscos e peixes para fazer os “cozinhados”, tradição da ilha onde cada um leva o que tem em casa e tudo se transforma em uma grande celebração  nas reuniões com amigos. São memórias que se reencontram na proposta do restaurante. 

“Minha paixão pela gastronomia nasceu no banho de mar da ponte, na captura ao caranguejo nos manguezais, na coleta de caju nas matas fechadas ao caminhar pela Ilha dos Frades até a Ponta de Nossa Senhora, na travessia de canoa para outras ilhotas próximas e nos corriqueiros cozinhados. É assim que o cardápio do restaurante revisita a cozinha nativa, feita tradicionalmente na Baía de Todos-os-Santos”, confessa. 

Para Fabrício Barreto,  especialista em Pequenos Negócios do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-BA), uma vez que alguém vai até a ilha para visitar o restaurante, acaba incentivando o turismo local também: “É importante criar experiências e vivências dentro do estabelecimento para ser marcante. Então, ter uma característica própria, além de uma boa comida, marca muito também. Agrega valor e faz com que o cliente, realmente, te enxergue”. 

A inovação, o conceito gourmet que desperta, vem sempre com um algo a mais. “Seja na forma de servir, na ornamentação ou na composição do prato, o objetivo é agregar valor e fortalecer o lugar”, completa o especialista.

SAIBA COMO CHEGAR

. Onde fica
Quem for de carro é só ir em direção a Madre de Deus. O estacionamento fica logo em frente ao Terminal Marítimo. Na rodo-
viária também tem ônibus diários. Já pelo Terminal Marítimo de Salvador, no Comércio, a travessia dura, em média, 15 minutos e pode ser feita de lancha.   

. Funcionamento  
O restaurante funciona de quinta a domingo, das 11h às 23h.  A reserva é feita com a própria chef Vanessa Soares, no Whatsapp (71) 9 9189-8713. 

. Serviços 
O prato mais procurado é a Caldeirada Nativa (R$ 180) – com batatas, camarão, polvo, lagosta, mexilhão, lula e peixe -, acompanhado de farofa de tapioca, arroz e pirão.  

. Mais informações
Veja no perfil do restaurante no Instagram @dasaguasbj.

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