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DF: sem ter onde deixar filhos, pais vivem drama com greve dos professores

Sem ter com quem deixar filhos, pais de alunos começaram, nessa quinta-feira (4/5), a viver um drama, com greve dos professores da rede pública do Distrito Federal. O movimento grevista não tem data para terminar. As famílias temem, ainda, pela qualidade no aprendizado das crianças e adolescentes, uma vez que ainda estão fragilizados pelo período longe de sala de aula, em decorrência da pandemia de Covid-19.

Veja o drama das famílias:

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Sem ter onde deixar filhos, pais vivem drama com greve dos professores no DF. Dona Gilma vive esse dramaIgo Estrela/Metrópoles

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Alice Freitas, 8, e Sophia Pereira, 10, ficaram tristes com o fechamento da escolaIgo Estrela/Metrópoles

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Taize de Sousa Maia está preocupada com os filhos sem ter acesso às aulas Igo Estrela/Metrópoles

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Moisés tem diagnóstico preliminar de TEA e precisa de ajuda em sala de aula para aprenderIgo Estrela/Metrópoles

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Thamires Faria considera que os professores têm direito de buscar melhores condições, mas as crianças também têm direito à educaçãoIgo Estrela/Metrópoles

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Segundo Thamires, o filho Enzo Gabriel ficou triste sem ter acesso às aulas

O Metrópoles ouviu os desabafos de famílias brasilienses. A maioria delas, acha justa as reivindicações dos professores por melhores salários e condições de ensino. Mas, não concordam com o fechamento das escolas. Com a interrupção das aulas, os estudantes ficam privados de merenda – muitas vezes a refeição mais completa no dia a dia dos pequenos – e a rotina das famílias acaba completamente alterada.

A comerciante Gilma Roseli Silva, 64 anos, viveu esse drama. Com os netos em casa, por conta da escola fechada, ela precisou se desdobrar para cuidar da família. A empreendedora teme os impactos da greve, caso professores e o Governo do DF não selem um acordo em breve.

“Já tivemos essa pandemia. E elas não conseguiram aprender quase nada. Agora, com essa greve, está mais complicado ainda. Eu vou ter que desembolsar dinheiro para pagar um reforço e escolar”, desabafou. Para poder seguir trabalhando, dona Gilma não descarta a necessidade de contratar uma pessoa para olhar os netos, Alice Freitas, 8, Sophia Pereira, 10, e David Albuquerque de Souza, 15.

“Fiquei triste”Apaixonada pelos estudos, especialmente, pela produção de textos, Alice lembra com pesar o anúncio da greve. “A professora disse que íamos ficar sem aula por vários dias. Eu fiquei triste”, contou a pequena estudante, que sonha em se tornar uma advogada no futuro.

A empregada doméstica Taize de Sousa Maia, 29, vive drama semelhante com os filhos Emanuel da Silva Santos, 11, Moisés Nascimento Maia, 10, e Emanuela Maia Santos, 13. “Essa greve é ruim. Eles perdem aula e não se desenvolvem”, lamenta.

O Moisés tem diagnóstico preliminar de transtorno do espectro autista (TEA). E por isso, para Taize, o ambiente escolar é determinante para o aprendizado e para o futuro do pequeno. Além disso, segundo Taize, a merenda escolar é uma das principais refeições das crianças.

“Educação é tudo”A dona de casa Thamires Faria, 27, compartilha da aflição das outras mães ao ver o filho Enzo Gabriel, 6, em casa em vez de estar em sala de aula. “Ele sente falta da escola”, resumiu. Ela contou que diversos vizinhos estão precisando da ajuda das famílias para ter com quem deixar as crianças e irem trabalhar.

“Por um lado, o professor tem direito a ser melhor remunerado e ter uma boa estrutura para poder ensinar eles. Eles têm que lutar pelo direito deles. Mas acaba que as crianças ficam sem ensino. Afeta elas e os pais que não têm com quem deixar. E educação é tudo. É o futuro do nosso Brasil”, comentou.

JudicializaçãoO governador Ibaneis Rocha (MDB) determinou, nesta quinta-feira (4/5), que a Procuradoria-Geral do DF (PGDF) entre na Justiça contra a greve dos professores. A ação foi apresentada no mesmo dia, cobrando o fim do movimento paradista com aplicação de multa diária de R$ 300 mil, em caso de descumprimento.

A Secretaria de Educação afirmou que ainda faz a mensuração das escolas afetadas no primeiro dia de paralisação. “O GDF aguarda que o bom senso prevaleça e que os professores voltem à mesa de negociação”, afirmou o Palácio do Buriti. O governo não informou qual seria o impacto financeiro dos pedidos dos educadores. Também não sinalizou uma eventual contraproposta.

ProfessoresApesar de também ser contemplada pelo aumento de 18%, dividido em três parcelas anuais de 6%, a categoria diz que a recomposição salarial é insuficiente. O Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) também cobra melhores condições de ensino, mais escolas e a incorporação de gratificações ao salário.

Em assembleia na quinta-feira, o Sinpro decidiu pela greve, por tempo indeterminado. O sindicato não possui um balanço da adesão a greve. “A categoria deu hoje um recado na assembleia: que só vai acabar a greve, depois que o governo apresentar uma proposta que atenda de fato a categoria. E essa greve vai continuar por tempo indeterminado”, assinalou o diretor do Sinpro Samuel Fernandes.

Em nota, a Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do Distrito Federal (Aspa-DF) ressaltou a importância da celeridade nas negociações entre os professores e o governo, para que haja o menor prejuízo possível à comunidade escolar. A instituição argumentou que os professores têm direito de buscar melhores condições, mas que os alunos não podem ficar sem aulas e que as escolas não devem ficar fechadas.

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