O LIDE Brazil Investment Forum 2023 vai reunir, na próxima terça-feira, 9, políticos, autoridades e 250 empresários brasileiros e estrangeiros. Na pauta, estão os desafios de reformas estruturantes, como a tributária, e o desenvolvimento econômico do Brasil. Além do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), estão confirmados no evento o ex-presidente da República, Michel Temer, os governadores, Cláudio Castro (PL), Eudardo Leite (PSDB) e Romeu Zema (Novo). Para falar sobre o encontro e o cenário econômico brasileiro, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o ex-governador de São Paulo e organizador do evento, João Doria. Para o empresário, é fundamental que o presidente Lula (PT) melhores seu discurso para atrair investimentos: “Quando falo em segurança institucional, falo em pacificação. O presidente Lula precisa dar sinais claros de pacificação. Não podemos seguir nessa linha divisionista do país, do nós contra eles”.
“Isso não é saudável para o país e não é saudável para a chamada estabilidade institucional. Gestos e posturas pacificadoras de quem ganhou as eleição democraticamente serão bem-vindos e bem interpretados por investidores internacionais. Neste momento faltam gestos e atitudes nesse sentido, ao meu ver”, criticou. O ex-governador afirma que os investidores que comparecerão ao evento têm se preocupado com dois fatores: estabilidade institucional e estabilidade jurídica. “Estabilidade institucional é aquilo que a política deve determinar, evitando confrontos e circunstâncias que coloquem em dúvida a capacidade de estabilidade do governo Lula. E a estabilidade jurídica são regras sendo obedecidas, não sendo modificadas e não sendo violentadas. Essas são as duas principais preocupações do setor produtivo”, explicou.
Uma das questões que deve ser tema do evento é a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de manter a taxa de juros em 13,75%, patamar elevado que tem gerado embates com o Governo Federal. Para João Doria, a manutenção da Selic é uma decisão acertada e que não deve ser atacada por Lula: “A taxa de juros não é uma questão política, é uma questão técnica. É preciso que haja um bom entendimento técnico, por parte do Copom e do Banco Central, e menos confrontação. A confrontação não é a solução para a taxa de juros, e sim o arcabouço fiscal e os compromissos, em especial do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para um limite no teto de gastos do governo”.
“Não há posição política e nem ideológica, eu não vejo isso. Ademais, o presidente do Banco Central, que é protegido pela autonomia do banco, ele não é dono do Banco Central, portanto as decisões não são individuais, elas são coletivas. Há o chamado Copom, são vários diretores que analisam aspectos técnicos para a tomada de decisões. Não vejo nenhum viés de ordem política ou ideológica no presidente do Banco Central. Vejo posições assertivas, cuidadosas e zelosas tecnicamente. É uma pessoa muito aberta ao diálogo (…) O que eu entendo que não é adequado é o confronto, a cada dia uma figura política tentar intimidar ou fazer críticas ao presidente do Banco Central. Como se ele fosse dono do Banco, o que não é, e como se fosse uma decisão pessoal, o que também não é”, argumentou. Para o político, a manutenção da Selic não deve ser relacionada diretamente à falta de investimentos, como Lula tem feito: “Pode diminuir a competitividade, mas ela não impede, ela não cessa, investimentos. O Brasil, em um passado recente, em gestões do próprio presidente Lula, tinha taxa de juros elevada e mesmo assim os investimentos fluíam para o Brasil”. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.