A expulsão do zagueiro Kanu, do Bahia, no jogo contra o Flamengo, pela 6ª rodada do Brasileirão, foi ‘exagerada’. Essa é a avaliação do presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Seneme. Segundo ele, o atacante Gabigol, que também estava envolvido no lance, simulou um golpe maior ao receber um choque de braço. Por isso, o árbitro Paulo César Zanovelli deveria ter dado um cartão amarelo ao jogador rubro-negro por simulação.
“Ele [Kanu] não tem nenhuma necessidade de jogar esse braço. É um risco que ele assume. Mas esse braço que ele joga não tem força suficiente para lesionar seu adversário. Foi um excesso, foi um exagero esse segundo cartão amarelo. E outro detalhe: o Gabigol, quando põe a mão na cara, é uma simulação”, disse Seneme.
A CBF publicou, nesta terça-feira (16), um vídeo em que o presidente da comissão de arbitragem avalia todas as decisões polêmicas tomadas pelos juízes na rodada do fim de semana.
De acordo com a entidade, esse procedimento será adotado ao longo do campeonato, e tem como objetivo aumentar a transparência das decisões da arbitragem. A ideia também é explicar para os torcedores porque certas decisões foram tomadas. Quando houver erros do árbitro, Seneme vai aponta-los nos vídeos.
“Estamos pedindo para que os árbitros não caiam nessa simulação. Uma expulsão muda muito o jogo. Se eu não tenho certeza, não ajo da maneira mais rigorosa. É uma jogada que não atinge o rosto do adversário, é desproporcional essa queda. Se fosse melhor analisada, seria uma simulação de cartão amarelo. Não estamos aqui para defender árbitro”, afirmou Seneme.
A atuação do árbitro Paulo César Zanovelli foi bastante criticada, principalmente pelo lado tricolor. O jogo foi marcado por 11 cartões amarelos e dois vermelhos, ambos para jogadores do Bahia. Os zagueiros Rezende e Kanu deixaram a partida em um intervalo de cinco minutos, depois de receberem dois cartões amarelos cada.
Na súmula da partida, o juiz explicou as expulsões. De acordo com o documento, Kanu recebeu o segundo amarelo – e, consequentemente, o vermelho – por “golpear seu adversário com o movimento adicional na região do peito de maneira temerária”. Já Rezende deixou o campo “por ter dado um calço no seu adversário de forma temerária na disputa da bola”.