Uma confusão se formou nos túneis de acesso aos vestiários do Mineirão, neste domingo (28/5), após o empate entre Atlético-MG 1 x 1 Palmeiras. O técnico do time paulista, Abel Ferreira, protagonizou cena de total desrespeito à imprensa, ao arrancar o celular da mão do repórter Pedro Spinelli, da TV Globo, que fazia registro de uma discussão.
O que houve foi que o diretor executivo Anderson Barros, do Palmeiras, questionou o quarto árbitro Ronei Cândido sobre o gol de Rony anulado. Ao ver jornalistas registrando as cenas, Abel Ferreira tomou o celular das mãos do repórter e tentou apagar o registro.
Logo em seguida, Abel Ferreira ficou ainda mais irritado ao perceber que a reportagem da Rádio Itatiaia de Belo Horizonte havia flagrado o seu gesto desrespeitoso. O treinador do Palmeiras, então, acusou o jornalista de ser o culpado de “o futebol brasileiro estar assim”.
Justificando a censuraNa entrevista coletiva, antes mesmo de ser perguntado por algum repórter sobre o jogo, Abel Ferreira resolveu se explicar e complicou-se mais ainda:
“Fazer um esclarecimento, uma vez que todo mundo aqui gosta de transformar um copo d’água em uma tempestade. Passou-se aqui uma discussão, uma confusão ali no túnel, entre nosso diretor esportivo e um dos assistentes da arbitragem. E tinha ali, não sei se repórteres, a filmarem tudo. Eu peço desculpas se me excedi”, disse o treinador
Abel ainda quis dar “aulas” aos jornalistas, indicando o que pode e o que não pode ser noticiado pela imprensa:
“São coisas do futebol, isso é muito nosso, mas infelizmente hoje todos têm câmeras. Peço desculpas se me excedi. Há coisas que a imprensa não tem que saber. Mas antes que vire uma tempestade, são coisas que se passam, então essa introdução, esclarecimento”, concluiu.
Confira vídeo divulgado pela Rádio Itatiaia:
OpiniãoAlguém precisa dizer ao sr. Abel Fernando Moreira Ferreira que a liberdade de imprensa é um direito consagrado na Declaração Universal dos Direitos Humanos. A discussão entre a comissão técnica do Palmeiras e os membros da arbitragem se deu em lugar público e ninguém poderia impedir a gravação das imagens.
Em diferentes jurisdições, as leis podem variar em relação à proteção da liberdade de imprensa e às penalidades para aqueles que interferem no trabalho dos jornalistas.
No caso de Abel, o ato de tomar o celular do repórter configura uma obstrução do acesso à informação. Foi uma agressão covarde, que não pode ser justificada apenas com um mero “pedido de desculpas”.
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