Gonçalves Dias teria supostamente adulterado o documento enviado a Comissão de Inteligência do Congresso
Sérgio Lima/AFP
Praça dos Três Poderes, em Brasília, foi invadida por manifestantes em 8 de janeiro
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro vai pedir a quebra de sigilo do relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que supostamente foi adulterado pelo ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o general Gonçalves Dias. A relatora da CPMI, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), defendeu que o colegiado precisa dos documentos para entender o que de fato aconteceu. “Precisamos ter efetivamente o que consta nesse relatório. Se houve de fato fraudes, rasuras ou coisas parecidas. Devemos ter o documento em mãos concretamente para que possamos fazer uma apresentação sobre o que efetivamente ocorreu”, comentou. Gonçalves Dias teria supostamente adulterado o relatório enviado a Comissão de Inteligência do Congresso, o qual mostra que ele havia sido informado sobre o risco de ataques violentos a Praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro. O senador Esperidião Amin (PP-SC) recebeu o relatório e confirmou que houve adulteração. “É verdade. No primeiro relatório existem 11 supressões de ter o ministro chefe do GSI recebido as mensagens entre as 19h40 de 6 de janeiro, inclusive a mensagem que informava que o Congresso Nacional seria invadido”, disse. A CPMI que vai investigar os atos do 8 de Janeiro já recebeu mais de 600 requerimentos, entre eles convites, convocações para depoimentos e até mesmo quebra de sigilo. O colegiado também iniciou tratativas com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e com a Polícia Federal (PF) em busca de apoio técnico para colaboração das investigações. A relatora da CPMI confirmou que na próxima terça-feira, 6, vai apresentar um plano de trabalho.
*Com informações da repórter Iasmin Costa.