O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu adiar a decisão sobre a saída de Daniela Carneiro (União-RJ) do Ministério do Turismo para até a próxima quinta-feira (15/6), dia em que haverá reunião ministerial, no Palácio do Planalto.
De acordo com fontes palacianas, nenhuma decisão foi tomada por Lula na reunião entre o chefe do Executivo federal e a ministra, nesta terça (13). O encontro teve duração de cerca de uma hora. Começou às 10h30 e terminou por volta das 11h30.
Antes de anunciar a decisão, Lula ainda deve conversar com outras figuras políticas, como o cotado para o cargo Celso Sabino (União Brasil-PA) e ministros. Também devem ser ouvidos caciques de União Brasil e Republicanos.
Daniela Carneiro, conhecida como Daniela do Waguinho, é considerada distante da bancada do partido na Câmara. Ela move, junto a outros 5 deputados do Rio, processo para mudar de sigla sem perder o mandato. A ideia é migrar para o Republicanos.
A ainda ministra deve participar, na tarde desta terça-feira, de uma audiência pública na Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados. Daniela deve ser questionada sobre a gestão à frente da pasta e os planos para 2023.
Reforma ministerial Interlocutores do governo no Congresso contam que Lira quer colocar aliados no Ministério da Saúde e nas três pastas hoje comandadas por indicados do União Brasil, partido que não tem dado o apoio esperado ao governo apesar de ter grande espaço na Esplanada dos Ministérios.
Segundo apurou a reportagem do Metrópoles, o presidente da Câmara defende entregar essas pastas para partidos que hoje não estão no primeiro escalão, como o PP, sua própria legenda, e o Republicanos.
Com a saída de Daniela, o União comanda o Ministério das Comunicações, com Juscelino Filho e o da Integração Nacional, com Waldez Goés. Como o partido realmente não tem atuado como base do governo, em tese, a entrega das pastas para aliados de Lira não é algo impossível.
Na Saúde, porém, a resistência deve ser maior. Lula não gostaria de colocar a pasta, comandada hoje por Nísia Trindade, no contexto das trocas políticas. O petista, da mesma forma, resiste em abrir conversas sobre abrigar indicações políticas entre os ministros palacianos, que se encontram sob ataque de parlamentares e são acusados de ter culpa nos problemas de relacionamento do governo com o Congresso.