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Com audiência tímida, Lula estreia live semanal e fala sobre começo do governo e projetos futuros

Programa ‘Conversa com o presidente’ foi conduzido pelo jornalista Marcos Uchôa, que fez questionamentos em um bate-papo informal com o presidente

Reprodução/YouTube/Lula

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na estreia de sua live semanal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estreou o programa “Conversa com o presidente” na manhã desta terça-feira. A live semanal foi transmitida em todas as redes sociais do petista e do governo. A ideia de uma transmissão ao vivo periódica é uma espécie de reedição das lives feitas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que tinha o hábito de se comunicar diretamente com apoiadores às quintas-feiras. No entanto, no caso de Lula, o formato é conduzido pelo jornalista Marcos Uchôa, que faz questionamentos sobre o governo em um bate-papo informal com o presidente. A novidade contou com uma estreia tímida e chegou a obter um pico de 6 mil pessoas simultâneas na conta do YouTube presidencial. Ao final da transmissão, a conversa tinha sido vista por 12 mil usuários da plataforma de vídeos, audiência bastante inferior às milhares de visualizações simultâneas que Bolsonaro obtinha em suas lives. Durante a conversa, o presidente falou sobre o início do governo e também os planos de projetos futuros.

“Trabalhamos mais do que em qualquer momento da nossa história porque encontramos um país destruído e tivemos que reconstruir. Quem já reformou uma casa, uma garagem, sabe que fazer uma reforma e reconstruir é muito mais difícil que fazer uma coisa nova. Como nós tínhamos uma quantidade enorme de políticas públicas que tinham dado certo, a gente então resolveu recriar essas políticas públicas para, a partir de agora, do dia 2 de julho, lançar um grande programa de obras para o desenvolvimento nacional, obras de infraestrutura em todas as áreas”, declarou o presidente no início do programa.

Para Lula, resolver o problema das obras paradas é uma das prioridades imediatas do governo: “Nós encontramos 14 mil obras paradas. Só na área da Educação são 4 mil obras paradas. No Minha Casa Minha Vida são milhares de casas que ficaram paradas desde o tempo do governo Dilma. Tudo isso é um processo de estudar, para saber se a estrutura está boa, para a gente reconstruir essas casas, escolas de tempo integral e creches”. Também nesta terça, o plenário do Senado Federal analisa a medida provisória (MP) que recriou o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. A proposta visa atender famílias com renda mensal de até R$ 8 mil na zona urbana e anual de até R$ 96 mil na zona rural.

Com a votação praticamente encaminhada pela aprovação, Lula destacou que é possível que haja uma ampliação do programa de habitação: “Nós precisamos fazer não apenas o Minha Casa Minha Vida para as pessoas mais pobres, mas também para a classe média. Precisamos ter uma capacidade enorme para fazer com que todas as pessoas se sintam contempladas pelo governo”. O presidente também ressaltou a continuidade das políticas de valorização do salário mínimo, aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda e renegociação de dívidas: “Quando resolvemos aumentar o salário mínimo, avisamos que aumentaríamos um pouco esse ano, e que a partir de agora, todo ano o salário mínimo aumentará. Quando aumentamos a faixa de isenção do IR até R$2.640, é com o foco de chegar a isenção até R$5.000”.

“Estamos preocupados em encontrar uma saída para 72 milhões de brasileiros e brasileiras que devem alguma coisa, que estão com o nome no Serasa. Queremos ajudar essa gente, por isso estamos com um programa chamado Desenrola, porque queremos desenrolar! Prometemos durante a campanha e vamos garantir para o povo: encontrar um jeito de limpar o nome da pessoa para ela voltar à normalidade”, prometeu. A respeito do agronegócio, que tem protagonizado embates com o governo, Lula falou sobre novos tipos de investimentos no Plano Safra e prometeu uma reforma agrária “tranquila e pacífica”: “Não há incompatibilidade entre o pequeno e médio produtor rural e o grande produtor rural. Agricultura familiar e agronegócio são complementares, e o Brasil precisa dos dois. Vamos anunciar o Plano Safra agora tanto para a agricultura familiar quanto para o agronegócio, o que queremos é que todos cresçam”.

“É essa a reforma agrária que vamos fazer no país: tranquila e pacífica. É essa a que nós vamos fazer. Colocando os trabalhadores querem trabalhar para trabalhar. Não tem problema, não tem que haver guerra. O que tem que haver é a compreensão de que o Brasil precisa ter segurança alimentar e precisa produzir muito, pra gente ter o estoque regulador. Se tiver uma crise de alimentos no mundo, temos que ter garantia que não vai faltar arroz e feijão pro nosso povo (…) A Conab é importantíssima. O país precisa de um estoque regulador de alimentos. Se houver uma crise de alimento no mundo, temos que ter certeza que não nos faltará alimento. E precisamos garantir preço mínimo para o pequeno produtor, para que ele receba ao menos o que investiu”, argumentou.

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