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‘André Mendonça não era advogado pessoal do Bolsonaro’, compara Moro sobre indicação de Zanin ao STF

Em entrevista ao Jornal da Manhã, senador disse que não tem ‘problema pessoal’ com futuro ministro do Supremo e lembrou embate na Lava Jato: ‘Fez o trabalho dele como advogado, eu fiz o meu como juiz’

Reprodução/Jovem Pan News

Sergio Moro foi um dos senadores que votou contra a aprovação de Zanin durante sabatina no Senado

Com 58 votos favoráveis e 18 contrários, o Senado Federal aprovou a indicação do advogado Cristiano Zanin como novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A sabatina aconteceu nesta quarta-feira, 21. Zanin atuou na defesa pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos processos envolvendo a Operação Lava Jato. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, desta quinta-feira, 22, o senador e ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro (União-PR) falou sobre a indicação de Zanin. Segundo o parlamentar, a indicação de um advogado pessoal é diferente da situação vivida pelo também ministro André Mendonça, que foi indicado após defender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na condição de Advogado-Geral da União (AGU), argumentando que Mendonça não era advogado pessoal do chefe do Executivo. “Mas o fato é que agora ele está sendo indicado ao STF pelo presidente para o qual ele advogou como advogado pessoal. É diferente da situação do ministro André Mendonça, que ele foi AGU, advogado do governo. O próprio ministro Dias Toffoli. Era AGU, não era advogado pessoal do presidente da República. Se fosse outro presidente que indicasse o Cristiano Zanin, não teria nenhum problema. A gente poderia discordar dos entendimentos jurídicos sobre algumas questões, mas não haveria problema da impessoalidade”, disse Moro.

O senador também falou que não tem questões pessoais em relação à figura de Zanin, dizendo que, assim como ele, o advogado fez o seu trabalho durante a Lava Jato. “Não tenho nenhum problema pessoal em relação ao Cristiano Zanin. Acho que fez o trabalho dele como advogado profissional defendendo seu cliente. Eu fiz o meu trabalho como juiz, aplicando a lei nos casos da Operação Lava Jato”, afirmou o parlamentar. Moro também falou sobre as perguntas feitas por ele ao indicado durante a sabatina, defendendo que cabe aos senadores questionar quais são os posicionamentos do novo ministro. “Eu fiz uma série de questões que eram mais institucionais. Queria saber qual era o posicionamento do ministro sobre a lei das estatais, que é um assunto importante para o país. Perguntei algo que está assustando o país, que são essas decisões sucessivas que estão invalidando processos contra traficantes. São essas posições que são importantes de extrairmos do ministro. Infelizmente, na sabatina, às vezes o ministro não se compromete com tese específica, mas é o nosso papel fazer perguntas para que a sociedade possa ter presente quem está assumindo a cadeira do Supremo Tribunal Federal e qual o entendimento dessa pessoa”, concluiu.

Confira entrevista na íntegra:

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