O caso do bombeiro militar Walter Leite da Cruz, morto dentro de casa por disparos de um policial militar em novembro, será analisado pela justiça comum. Anteriormente, o crime estava sendo apreciado pela corregedoria da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) sob a justificativa do réu ser um membro da corporação.
O suspeito pelo assassinato é identificado como o soldado Ismael Coutinho. Ele se apresentou como autor e, atualmente, responde em liberdade. Em março deste ano, um outro PM envolvido no caso foi adicionado ao inquérito e responde por fraude processual, pois, segundo a investigação, tentou adulterar a cena do crime.
No dia do crime, a polícia militar estava perseguindo um suspeito de agredir a esposa. Com a chegada dos militares, o agressor teria iniciado a fuga, pelos telhados das casas da região. Durante a procura pelo homem, o militar se confundiu e acertou disparos de arma de fogo contra Walter.
Suspeito de invadir casa de bombeiro
Suspeito que invadiu casa do bombeiro ao fugir da polícia foi preso Material obtido pelo Metrópoles
Casa de bombeiro morto em Ceilândia2
Casa do bombeiro morto Ana Karolline Rodrigues/ Metrópoles
Casa de bombeiro morto em Ceilândia
Crime ocorreu em Ceilândia Ana Karolline Rodrigues/ Metrópoles
O bombeiro foi socorrido em estado grave e levado, inconsciente, para o Hospital Regional de Ceilândia (HRC). Após dar entrada na unidade de saúde, o militar não resistiu aos ferimentos e morreu. O suspeito de violência doméstica foi preso e encaminhado à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam II).
Consultada pelo Metrópoles, a PMDF apenas replicou uma nota informando que o policial está afastado das atividades operacionais, trabalhando em ações administrativas da corporação. “A demanda já está em tramitação no Judiciário e o mesmo será submetido ao Tribunal do Júri. Ressaltamos que a PMDF não coaduna com desvios de conduta por parte dos seus integrantes e todos os fatos são apurados em conformidade com processo legal”, afirmou o órgão.
“Pessoa excelente” Segundo vizinhos, o militar era uma pessoa muito querida pelos amigos. Morador da casa em frente à de Walter, o aposentado Sebastião de Paula, 60, conta que o bombeiro já teria trabalhado como professor no Centro de Educação Fundamental (CEF) 26. “Ele era uma pessoa excelente. Minha esposa é professora aposentada e já trabalhou com ele na escola”, conta.
Os amigos se conheciam havia cerca de cinco anos. Para Sebastião, ainda é difícil acreditar na tragédia que abateu a família do bombeiro. “Quando eu cheguei em casa e vi o movimento aqui na frente, liguei para ele para saber o que tinha acontecido. Só depois soube que ele era a vítima”, lamenta o vizinho.
Também moradora do conjunto G da QNO 06, Tereza de Souza, 68, diz que o portão da casa da vítima estava entreaberto no momento em que o suspeito entrou. “Escutei o tiro e entrei correndo na hora. Depois, já chegou a polícia e levou o cara”, narra.