O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu, neste domingo, 10, a presidência temporária do G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo, a União Europeia e, agora, a União Africana. A cerimônia aconteceu em Nova Delhi, na Índia, país que atualmente preside o bloco. Em seu discurso, o petista falou sobre a criação de uma força-tarefa voltada para o combate às mudanças climáticas e citou a tragédia do Rio Grande do Sul, onde um ciclone extratropical causou, até o momento, a morte de 43 pessoas – outras 46 estão desaparecidas. Lula foi criticado pela oposição por não ter viajado ao Estado antes de embarcar para a Índia. O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, desembarcou na cidade de Canoas (RS) na manhã deste domingo, acompanhado de uma comitiva de ministros, onde se reuniu com o governador Eduardo Leite (PSDB).
“Primeiro gostaria de dizer às autoridades aqui presentes, de que a natureza continua dando demonstração de que nós precisamos cuidar dela com muito mais carinho. Essa semana, há três dias atrás, no Brasil, um ciclone, no Estado do Rio Grande do Sul, matou quarenta e seis pessoas e tem quase cinquenta pessoas desaparecidas. Isso nos chama a atenção porque fenômenos como esse têm acontecido nos mais diferentes lugares do nosso planeta”, disse o mandatário brasileiro no início de seu discurso. Lula afirmou que sua presidência à frente do G20 terá três prioridades: o combate à fome, pobreza e desigualdade; a transição energética e o desenvolvimento sustentável, além da reforma do sistema de governança internacional. “Se quisermos fazer a diferença, temos que colocar a redução das desigualdades no centro da agenda internacional”, resumiu. “Todas essas prioridades estão contidas no lema da Presidência brasileira: ‘Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável’”, acrescentou.
Em outro trecho de sua fala, Lula disse que, caso a comunidade internacional não consiga acabar com a fome no mundo até 2030, estaremos “diante do maior fracasso multilateral dos últimos anos”. “Precisamos redobrar os esforços para alcançar a meta de acabar com a fome no mundo até 2030, caso contrário estaremos diante do maior fracasso multilateral dos últimos anos. Agir para combater a mudança do clima exige vontade política e determinação dos governantes, e também recursos”, disse. O G20 é formado por África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e União Europeia. A União Africana, que constava como convidada fixa das cúpulas, fez um pedido para receber um assento permanente como membro do grupo, que foi aceito neste ano.