Rita Serrano, presidente da Caixa Econômica Federal demitida pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), publicou nas redes sociais e em seu site uma carta de despedida, nesta quinta-feira (26/10). No texto, a bancária reforçou a necessidade da igualdade feminina.
“Espero deixar como legado a mensagem de que é preciso enfrentar a misoginia, de que é possível uma empregada de carreira ser presidente de um grande banco e entregar resultados”, afirmou. Ela também ressaltou a importância de “relações humanizadas no trabalho”.
Lula e Rita Serrano
Lula e Rita Serrano se reúnem em maio às pressões do Centrão Agência Brasil
Rita Serrano presidenta da CAIXA Econômica durante o evento das novas diretrizes do banco8
Rita Serrano, presidenta da Caixa Econômica Igo Estrela/Metrópoles
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Igo Estrela/Metrópoles
Rita Serrano presidenta da CAIXA Econômica durante o evento das novas diretrizes do banco10
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“Ser mulher em espaços de poder é algo sempre desafiador”, defendeu. Na carta, Rita também agradeceu a Lula e falou ter sido uma “honra” participar do governo petista.
A saída dela não será imediata. Ela apontou uma “transição” com o próximo presidente do banco, o economista Carlos Antônio Vieira Fernandes, apadrinhado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Trocas
Com a dispensa de Rita da chefia da Caixa, o governo Lula demitiu, até agora, três mulheres em cargos públicos de liderança de primeiro escalão para acomodar os homens indicados pelo Centrão.
O primeiro corte no time feminino do governo Lula foi o da então ministra do Turismo, Daniela Carneiro, em julho. No lugar dela, assumiu Celso Sabino, amigo próximo de Lira e que já viajou com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Depois, veio a demissão da então ministra do Esporte, Ana Moser, em setembro. Lula queria ampliar a base no Congresso Nacional, especialmente na Câmara dos Deputados, ao dar vaga para parlamentares do Centrão no governo. No cargo, entrou o deputado federal André Fufuca (PP-MA), também endossado por Lira.
A igualdade e diversidade nos altos cargos era promessa de campanha de Lula e foi exaltada no discurso quando ganhou as eleições no ano passado.
“Por isso, vamos trazer de volta as conferências nacionais. Para que os interessados elejam suas prioridades, e apresentem ao governo sugestões de políticas públicas para cada área: educação, saúde, segurança, direitos da mulher, igualdade racial, juventude, habitação e tantas outras”, comentou Lula à época.