Errou quem pensou em Kassio Nunes Marques ou André Mendonça, os dois ministros indicados por Jair Bolsonaro, ao tentar adivinhar de quem Lula mais se queixa no Supremo Tribunal Federal.
Os dois são, na verdade, os dois que foram indicados por ele nos primeiros mandatos e que ainda estão no tribunal: José Dias Toffoli e Cármen Lúcia.
As razões são parecidas, e tem a ver com a Lava Jato. Como se sabe, Lula não perdoa Toffoli por não ter deixado que ele participasse do velório de seu irmão Vavá, quando o petista estava preso em Curitiba.
O problema com Cármen é que Lula considera que ela se tornou excessivamente lavajatista nos anos em que a operação estava no auge.
A avaliação, já alertaram alguns amigos em comum dele e de Cármen, é injusta. Todos os ministros que estavam no tribunal na ocasião flertaram em algum grau com a operação e, aqui e ali, validaram decisões de Sergio Moro que foram ruins para o PT. Mesmo o ministro hoje mais próximo de Lula, Gilmar Mendes.
Mas interlocutores do presidente neste tema observam que o julgamento de Lula é pouco racional ao falar de Lava Jato, e sublinham que não é coincidência que ele tenha o sentimento de mágoa contra os que foram escolhidos por ele para o STF.