Claudio Mendes dos Santos é policial da reserva e está preso desde março; ele é suspeito de ensinar práticas de guerrilha a participantes do 8 de Janeiro
MATHEUS W ALVES/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Durante os dias em que esteve acampado em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, o major teria feito discursos a favor de uma intervenção militar
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do 8 de Janeiro da Câmara Legislativa do Distrito Federal (DF) ouve nesta quinta-feira, 9, o major da Polícia Militar do DF, Claudio Mendes dos Santos. Ele foi preso em março deste ano sob suspeita de ensinar práticas de guerrilha aos manifestantes dos atos do 8 de Janeiro, em Brasília. O depoimento, que estava marcado para o dia 19 de outubro, foi adiado devido a um atestado médico apresentado pelo major. Claudio Santos é policial da reserva e ex-membro do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Durante os dias em que esteve acampado em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, o major teria feito discursos a favor de uma intervenção militar. Ele também convocou a população para as manifestações e solicitou o auxílio de policiais na tarefa, dias antes da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.
A prisão de Claudio Santos ocorreu durante a nona fase da Operação Lesa Pátria, em março deste ano. Ele foi mencionado no depoimento de Alan Diego dos Santos, condenado por planejar um atentado a bomba próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília, na véspera do Natal. Alan Diego afirmou que nunca presenciou o major dando aulas de técnicas militares, mas que todos o conheciam como um “orientador”. O depoimento do major Claudio Mendes dos Santos é aguardado com expectativa pela CPI dos Atos Antidemocráticos. A comissão busca esclarecer o envolvimento de agentes públicos e militares em ações que atentam contra a democracia. O major, que já passou vários dias no acampamento em Brasília, terá a oportunidade de apresentar sua versão dos fatos e responder às perguntas dos parlamentares.