Foto: Ricardo Stuckert/PR/Divulgação
Presidente Lula (PT) 17 de novembro de 2023 | 13:32
O presidente da Conib (Confederação Israelita do Brasil), Claudio Lottenberg, afirma que Lula pode ser um personagem fundamental na busca pela paz caso pese as palavras ao criticar Israel.
“É preciso dizer com todas as letras: o presidente Lula não é antissemita. Ele é um homem muito bom.”
“Estivemos juntos em Israel. Ele tem posições críticas sobre o governo do país, mas não sobre o povo judeu”, diz Lottenberg, que é médico e presidente do conselho do Hospital Albert Einstein.
O presidente da Conib, no entanto, segue fazendo restrições às falas do petista.
Lula vem subindo o tom e chegou a afirmar que os atos do país judaico em Gaza devem ser definidos como de “terrorismo”.
“Quando ele começa a acentuar o discurso, que, repito, não é antissemita, pessoas que não têm o perfeito entendimento da situação começam a ter um ódio não só de Israel, mas também dos judeus”, afirma Lottenberg.
“Lula legitima um discurso de ódio e de antissemitismo que inclusive não é o dele. É isso o que tem causado preocupação”, segue.
“O presidente está começando a pender para um lado, e a comunidade judaica está ficado insegura.”
Ele afirma que, com o passar do tempo e o prolongamento da guerra, “Israel começa a ser visto como um país vil, mau, verdugo, carrasco. Como se a guerra não tivesse começado com um ataque terrorista do Hamas contra cidadãos inocentes.”
Lottenberg diz que Lula é um dos poucos líderes mundiais que consegue dialogar com o Irã, o Catar, com os EUA, as lideranças da palestina e com Israel.
Na quinta (17), ele conversou por cerca de 40 minutos com o presidente de Israel, Isaac Herzog. Os dois falaram sobre o retorno dos brasileiros que estavam na Faixa de Gaza e sobre a possibilidade de Lula auxiliar na negociação para a libertação dos reféns que estão nas mãos do Hamas.
“Lula tem uma habilidade no trato interpessoal que poucas pessoas têm. O Brasil tem bons canais com o Irã, por exemplo, e também com os países ocidentais e árabes. Pode ser o melhor interlocutor na busca pela paz”, finaliza Lottenberg.
Mônica Bergamo, Folhapress
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