São Paulo — A chef Janaína Torres Rueda tem cinco restaurantes no centro de São Paulo e deve abrir mais duas casas no próximo ano e meio. Ela espera uma solução urgente para a insegurança na região e promete não desistir do local onde nasceu e viveu ao longo de toda a vida.
“Não vou morrer antes de ver o centro como um lugar seguro. Não vou morrer enquanto não ver isso. É impossível que daqui para os próximos 20 anos esse cenário não mude ano a ano. Não temos como retroceder mais. Tem muita gente fazendo investimento, não sou só eu”, afirma.
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Bar Brahma, no centro de São Paulo William Cardoso/Metrópoles
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Pichação sobre calçada na Rua Frederico Abranches, em Santa Cecília, no centro de SP William Cardoso/Metrópoles
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O empresário Alvaro Aoas, dono do Bar Brahma William Cardoso/Metrópoles
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Bar Brahma, no centro de São Paulo William Cardoso/Metrópoles
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Bar Brahma, no centro de São Paulo William Cardoso/Metrópoles
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Policiamento em frente ao Bar Brahma, no centro de São Paulo William Cardoso/Metrópoles
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Chef Benoit Mathurin, sócio do Esther Rooftop, no centro de São Paulo William Cardoso/Metrópoles
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Placa alerta para roubo e furto de celulares na Santa Cecília, no centro de São Paulo William Cardoso/Metrópoles
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Mesas na calçada de uma das unidades do bar Johnny’s William Cardoso/Metrópoles
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Entrada do Love Cabaret, na região central de São Paulo William Cardoso/Metrópoles
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PMs durante a troca de turno na Praça da República, no centro de São Paulo William Cardoso/Metrópoles
Entre os restaurantes de Janaína está o premiado A Casa do Porco, eleito neste ano o 12º melhor do mundo (The World’s 50 Best Restaurants) e o 4º melhor da América Latina (Latin America’s 50 Best Restaurants).
“Hoje, A Casa do Porco é reconhecida internacionalmente. Recebo jornalistas do mundo inteiro e isso é um assunto muito sério a ser tratado. É o Brasil lá fora”, afirma Janaína.
Tanta exposição ajuda também no momento em que precisa acionar o poder público para que se empenhe na solução dos problemas.
A chef afirma que recebeu para uma conversa o prefeito Ricardo Nunes (MDB) há cerca de duas semanas. “Ele se dispôs a conversar, se dispôs a ouvir. O que ele disse é que precisam se juntar, governo estadual e prefeitura. A situação está tão grave que o [governador] Tarcísio e o Nunes precisam se empenhar muito nessa questão da segurança pública no centro”, diz.
A vontade de manter os investimentos no centro faz com que a chef e empresária cobre uma solução para os problemas. “O Poder Público tem a obrigação de dar segurança para aqueles que pagam impostos. Além de pagar impostos altíssimos, quando muitas vezes não temos lucro e mesmo temos que pagar, ainda tenho que gastar hoje R$ 35 mil com segurança de todas as minhas casas”, afirma.
Janaína diz que há dois problemas distintos, sendo um deles a presença da Cracolândia e outra a ação de ladrões em bicicletas, que trazem a sensação de insegurança a quem anda pela região. Segundo a chef de cozinha, a situação piorou após a pandemia.
“Não vou sair dali, meus outros projetos são ali também. Espero, de verdade, que eles [prefeitura e governo estadual] se reúnam, se ajudem, e realmente tenham uma solução. É uma emergência. Estamos vivendo uma tragédia”, afirma.
A chef diz ainda que é preciso investimento em educação para que a situação melhore no futuro, “com trabalho de formiguinha”, mas que agora é necessária ação urgente. “É preciso uma força-tarefa entre prefeitura e governo do estado”.