O Congresso Nacional derrubou nesta quinta-feira, 14, o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao marco temporal para demarcação de terras indígenas. A Câmara dos Deputados, primeira Casa a analisar o veto do chefe do Executivo, decidiu pela derrubada do veto por 321 votos favoráveis a 137 votos contrários. No Senado Federal, o veto do chefe do Executivo foi derrubado por 53 votos favoráveis a 19 contrários. Com isso, o governo Lula sofre novamente mais uma derrota no Congresso Nacional. A votação contou até mesmo com surpresas de aliados dos governistas. O Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD-MT), que retomou seu assento como senador nesta semana de votações importantes no Legislativo, foi um dos que votou contra a manutenção do veto. O Executivo também não pôde contar com o apoio de partidos que ganharam cargos importantes dentro do governo, grupo que engloba o União, o Republicanos, o PSD, o PP e o MDB, todos com cargos na Esplanada dos Ministérios. De 207 parlamentares que compõem as legendas com posições de poder, 183 foram contrários ao veto de Lula. Entre os senadores, apenas oito apoiaram o governo.
No MDB, 29 parlamentares foram contra o veto, enquanto 8 foram a favor. No PP de Arthur Lira, foram 43 contrários e quatro favortáveis. No PSD, que além da Agricultura também comanda as pastas da Pesca e de Minas e Energia, 33 votaram contra o governo e apenas cinco a favor. No Republicamos, do ministro Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), 31 foram contrários ao veto enquanto três foram favoráveis. No União Brasil, agraciado com as pastas das Comunicações (Juscelino Filho), do Desenvolvimento Regional (Waldez Góes) e do Turismo (Celso Sabino), foram 47 contra e quatro a favor. Dessa forma, apenas a base aliada do governo não foi suficiente para barrar a derrubada do veto. Na Câmara, por exemplo, PT, PSB, PSOL, Rede e PDT, juntos, foram responsáveis por 91 dos 137 votos contrários à derrubada do veto.