Nos últimos três anos, a alfândega — unidade da Receita Federal responsável pelo controle de entradas e saídas de mercadorias para ou do exterior — apreendeu 9,3 toneladas de drogas apenas no Aeroporto Internacional de Brasília. Em média, são cerca de 3 toneladas apreendidas por ano. Em 2023, entre janeiro e outubro, a quantia chegou a 50,2 quilos de substâncias ilícitas, além daquelas que são apreendidas em forma de selos ou frascos.
Os dados são da alfândega de Brasília. As substâncias com a maior quantidade de apreensões nos últimos anos foram os precursores de cocaína, ou seja, matérias-primas utilizadas na fabricação da droga. Entre 2020 e 2023, foram 8 mil quilos detidos pela alfândega.
Apenas em 2023, o itens como anabolizantes e canabidiol chamam a atenção. Em 10 meses, 244 unidades de anabolizantes e 8,3 mil frascos de canabidiol foram interceptados no Aeroporto JK.
Ao longo de três anos, as apreensões foram de 3,7 mil vidros de anabolizantes. Veja:
Segundo a Receita Federal, a fiscalização ocorre não apenas no controle de entrada e saída de bagagens e cargas de voos internacionais, mas também na vistoria de bagagens em voos domésticos, de encomendas postais no Terminal dos Correios, e de cargas domésticas, nos terminais das companhias aéreas.
Os instrumentos utilizados pela fiscalização para identificar a passagem de drogas pelo aeroporto incluem a realização de ações sistemáticas e regulares de gestão de riscos associados a passageiros; a utilização de cães de faro; de equipamentos de raios-x, de narcotestes e outros.
“As apreensões no Aeroporto de Brasília demonstram que os criminosos estão em constante mudança de modo de atuação, exigindo permanente reavaliação dos procedimentos e técnicas da fiscalização. Já foram realizadas apreensões de cocaína em pó branco e embaladas em tablete, mas também em embalagens de alimentos e misturada a materiais para modificar a densidade, textura, odor e cor. A Receita Federal realiza apreensões de cocaína líquida, em embalagens de suplementos e alimentos, em fundos falsos de malas, em roupas de passageiros e engolidas ou introduzidas nos corpos”, diz o órgão.
Valores e tráfico No Brasil, o tráfico de drogas movimenta cerca de R$ 19 bilhões por ano. Deste número, R$ 12 bilhões seriam de maconha e R$ 5 bilhões, cocaína.
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De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a produção de cocaína no mundo chegou a 1.982 toneladas em 2020. As apreensões globais de cocaína também aumentaram para um recorde de 1.424 toneladas neste mesmo ano.
Os dados das apreensões sugerem que o tráfico de cocaína está se expandindo para outras regiões fora dos principais mercados da América do Norte e Europa, com o aumento dos níveis de tráfico para a África e Ásia.
Apreensões de drogas Os casos de pessoas que tentam entrar ou sair do país com drogas são diversos. Em 2022, por exemplo, uma mulher de 24 anos foi presa com 9,9kg de skunk, também conhecido como supermaconha, na mala.
Ela estava em um voo com origem em Manaus, e embarcaria para outro destino: o Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. A apreensão foi realizada em operação de rotina da Receita Federal no Aeroporto Internacional de Brasília, que contou com o uso de equipamento raio-x e apoio dos cães farejadores Bruce e Rock na detecção da mala suspeita.
Receita Federal
Droga foi apreendida na sexta-feira (7/10) Receita Federal/Divulgação
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Skunk estava dentro de mala Receita Federal/Divulgação
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Passageira acabou presa Receita Federal/Divulgação
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Droga apareceu no raio-x Receita Federal/Divulgação
Já este ano, uma jovem de 23 anos foi presa ao tentar embarcar para a Europa com 7,3kg de cocaína na bagagem. A suspeita foi detida por servidores da Receita Federal, também no Aeroporto de Brasília.
A cocaína apreendida com a jovem foi avaliada em mais de 200 mil euros no mercado europeu, segundo a Receita Federal — o equivalente a cerca de R$ 1 milhão.