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Moraes expediu mandados contra suspeitos de mandar matar Marielle

Sorteado no Supremo Tribunal Federal (STF) para ser o relator do caso que investiga o assassinato da vereadora do PSol Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, Alexandre de Moraes foi o ministro responsável por emitir os mandados de prisão contra os suspeitos de serem os mandantes do crime. Moraes também assinou o pedido de cuprimento para 12 mandados de busca e apreensão.

A partir da expedição da ordem, no começo da manhã deste domingo (24/3), a Polícia Federal prendeu três suspeitos de mandar matar Marielle Franco. Foram presos o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ); o irmão dele, Domingos Brazão, que é conselheiro do Tribunal de Contas do Rio; e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa.

O caso chegou à Suprema Corte em 14 de março porque foi identificado que havia um suspeito de ser o mandante com foro privilegiado, que é o direito de algumas autoridades que ocupam cargos públicos de serem julgadas em matéria penal, crimes comuns ou de responsabilidade, em tribunais superiores. Em seguida, Moraes foi sorteado como relator.

No dia 19, Moraes homologou a delação premiada de Ronnie Lessa. Acusado de ser o autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson, Ronie Lessa teria apontado os mandantes e as circunstâncias dos assassinatos em delação premiada.

Cinco dias depois, os três suspeitos foram presos em operação da Polícia Federal. A ação conta ainda com o apoio da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro e da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça.

Marielle foi assassinada em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro. Os suspeitos da morte dela e de Anderson foram presos 10 dias após o crime completar seis anos.

Reduto político e milícia Chiquinho e Domingos Brazão têm o reduto político e eleitoral em Jacarepaguá, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro, historicamente dominado pela milícia.

Chiquinho Brazão foi citado na delação de Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle Franco. Ele foi vereador na Câmara Municipal do Rio de Janeiro pelo MDB por 12 anos, inclusive durante os dois primeiros anos de mandato de Marielle, entre 2016 e março de 2018, quando foi assassinada.

Em 2018, Brazão foi eleito para a Câmara dos Deputados pelo Avante e, em 2022, foi reeleito para a Casa Legislativa pelo União Brasil.

Chiquinho nunca havia sido citado no caso Marielle e chegou a afirmar à coluna do Guilherme Amado que tinha um bom convívio e relação com Marielle Franco nos dois anos em que dividiram o plenário da Câmara carioca.

Entretanto, o nome de seu irmão, Domingos Brazão, apareceu no depoimento do miliciano Orlando Curicica sobre o crime à Polícia Federal.

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