Em evento do G20 na manhã desta quarta-feira (17/4), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu o legado das políticas públicas de combate à fome e a pobreza dos primeiros governos Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Haddad discursou no evento “G20 Global Alliance Against Hunger and Poverty-related event”, na sede do Banco Mundial, em Washington, nos Estados Unidos. Ele convidou bancos multilaterais a aderirem à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa do governo brasileiro.
Ao tratar da questão, ele afirmou que a fome e a pobreza são, “em última análise, o resultado de escolhas políticas” e citou medidas implementadas nas gestões Lula 1 e 2.
“Quando o presidente Lula foi eleito pela primeira vez, em 2002, deixou claro que a fome zero era sua principal prioridade. Desenvolvemos e implementamos uma série de políticas públicas bem-sucedidas, incluindo o Bolsa Família, o programa de alimentação escolar, incentivos à agricultura familiar, expansão da política de aposentadoria não contributiva, incluindo aposentadorias rurais e benefícios para a população urbana vulnerável”, listou Haddad.
E completou: “Além disso, desenvolvemos um instrumento muito poderoso para identificar pessoas pobres, o chamado Cadastro Único. Criamos, assim, um legado de políticas de proteção social e de combate à fome”.
Haddad critica “retrocesso” de outras gestões Em seguida, ele afirmou que os resultados foram “surpreendentes” e citou a queda do número de brasileiros subnutridos entre 2002 e 2014, mas lamentou o que chamou de “retrocessos” em outras administrações.
“Experimentamos uma queda significativa e sem precedentes da desigualdade. Infelizmente, nos últimos anos, assistimos alguns retrocessos, devido a uma crise socioeconômica combinada com administrações sem a mesma visão política. Quando a proteção social era mais necessária às pessoas vulneráveis, as escolhas públicas foram na direção oposta”, criticou.
O titular da Fazenda frisou que o Brasil fez da luta contra a fome e a pobreza a prioridade número um da sua presidência no G20. O país assumiu a presidência do bloco em dezembro do ano passado.
Taxação dos super-ricos no G20 Haddad ainda defendeu a taxação dos super-ricos e disse que ela poderá contribuir para criar espaço fiscal para a implementação de políticas públicas de combate à fome e à pobreza.
A proposta tributária de Haddad, apresentada em fevereiro deste ano com base nas iniciativas brasileiras, será discutida também nesta quarta-feira, no Fundo Monetário Internacional (FMI), em evento sobre tributação internacional. A intenção do ministro é mostrar que sua ideia tem recebido endosso de outros países, como a França, e pode ser implementada mundialmente.
“As conversas sobre tributação estão explorando formas inovadoras de fazer com que os super-ricos paguem a sua justa cota de impostos, contribuindo assim para a criação de espaço fiscal adicional para a implementação de políticas públicas contra a fome e a pobreza”, disse o petista nesta quarta.
Haddad participa na capital norte-americana do Encontro de Primavera dos Ministros das Finanças e Presidentes de Bancos Centrais, que também inclui a segunda reunião da trilha financeira. O ministro tem eventos entre terça (16/4) e sexta-feira (19/4).