Em voto virtual divulgado na madrugada desta sexta-feira (21/6), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu a condenação de dois envolvidos nos atos antidemocráticos de 8/1, com pena de 17 anos.
Um deles é Antônio Cláudio Alves Ferreira, 30 anos, investigado sob suspeita de ter quebrado um relógio histórico no Palácio do Planalto. Já Leonardo Alves Fares, 48 anos, fez um vídeo-selfie agradecendo o apoio de um policial legislativo, após invadir o Congresso Nacional.
“O réu Antônio Cláudio Alves Ferreira foi preso preventivamente após ser reconhecido em vídeo gravado no interior do Palácio do Planalto, após o prédio ter sido invadido. Ademais, fez registros dentro do Palácio do Planalto e no QGEx que denotam a sua intensa adesão à empreitada criminosa e dano ao relógio histórico, trazido por D. João VI em 1808”, aponta Moraes no voto.
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Relógio feito por Balthazar Martinot e trazido ao Brasil por Dom João VI
Reprodução/Embaixada da Suíça
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Cláudio destruiu relógio histórico no Palácio do Planalto
Reprodução
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Reprodução/TV Globo
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Relógio após ataques
Foto: Reprodução
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Relógio, de Balthazar Martinot, foi destruído durante os atos golpistas
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Relógio, de Balthazar Martinot
reprodução
O relógio de pêndulo do século 17 foi um presente da Corte Francesa para dom João VI. Martinot era o relojoeiro de Luís XIV. Existem apenas dois relógios deste autor. O outro está exposto no Palácio de Versailles, mas possui a metade do tamanho da peça que foi completamente destruída pelos invasores do Planalto. O valor do item é considerado fora de padrão.
Gravou participação no 8/1 Outra condenação pedida por Moraes foi de Leonardo Alves Fares, que gravou sua presença dentro do Congresso Nacional.
“O réu Leonardo Alves Fares foi preso dentro do Congresso Nacional e registrou diversas cenas de depredação e confronto em seu aparelho celular”, considerou também Moraes.
Veja vídeo de Fares, em que ele agradece a policial legislativo:
Nos dois casos, eles são acusados de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada.
Os dois ainda receberam o voto de Moraes no sentido de pagamento coletivo de R$ 30 milhões por danos ao patrimônio nacional.