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Veja lista de remédios comuns no Brasil que são proibidos no exterior

Todos temos em casa uma “farmacinha” com alguns remédios de confiança. São os medicamentos aos quais recorremos em situações de mal-estar e que, pelo acesso tão facilitado, muitas vezes são considerados como produtos quase inofensivos. Muitas dessas drogas, porém, são proibidas fora do Brasil.

Alguns dos remédios mais comuns nas nossas farmacinhas, como a dipirona e alguns medicamentos para resfriados, entram na lista dos proibidos no exterior. Há na lista algumas fórmulas que foram apontadas como ineficazes em outros países, algumas consideradas perigosas e há até casos de remédios que saíram das prateleiras por serem base para a fabricação de drogas ilícitas.

“Diferentes nações podem impor restrições particulares aos medicamentos”, explica a farmacêutica Rafaela Sarturi. Por isso, ela aconselha a quem quer sair do país com seus remédios de confiança a consultar caso por caso as normas para “evitar surpresas desagradáveis”. Confira a lista dos principais remédios usados aqui e que são restringidos lá fora:

Dipirona O analgésico e antitérmico é um dos remédios mais vendidos no Brasil. Segundo a plataforma Consulta Remédios, durante a explosão de casos de dengue observada de janeiro a março, foi na dipirona em que os brasileiros se apoiaram para conter os sintomas da doença, sendo a campeã de vendas do país no período.

Apesar de sua popularidade nacional, o remédio é proibido nos Estados Unidos, Japão, Austrália e em alguns países da Europa. A dipirona atua restringindo a proliferação de marcadores inflamatórios no corpo, o que ajuda o organismo a melhorar sua ação imunológica. No entanto, há riscos à saúde quando o medicamento é consumido em excesso.

Um efeito colateral raro do uso da medicação é a formação da agranulocitose, uma doença em que algumas células de defesa do organismo deixam de ser produzidas, favorecendo o aparecimento de infecções graves, incluindo pneumonias potencialmente fatais.

Ritalina Vendida com muitas restrições no Brasil, a ritalina foi criada para o tratamento do transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e da narcolepsia, um distúrbio do sono que leva à exaustão incontrolável. No Brasil, porém, ganhou popularidade para intensificar a atenção.

O remédio, porém, é ilegal na Rússia por ser um derivado das anfetaminas. Seu porte é proibido e a droga é considerada ilegal mesmo para pessoas que tenham receita médica. O medicamento também tem comercialização restrita em vários países da Europa.

Embora a Ritalina ajude a controlar a oferta de dopamina no organismo, cuja flutuação é uma das principais causas das dificuldades de atenção das pessoas com TDAH, ela também pode causar efeitos colaterais graves como tremores, insônia e perda de apetite. Além disso, o remédio foi considerado perigoso por algumas agências de saúde no exterior por estimular um estado ansioso em muitos pacientes.

Ritalina atua na recepção da dopamina no cérebro e estimula a atividade mental e aumentando o foco. Muito usada no Brasil, ela é considerada uma droga ilícita na Rússia Nimesulida A nimesulida é um anti-inflamatório indicado para alívio de dores de ouvido, garganta e dentes. Costuma estar na lista dos 10 medicamentos mais vendidos no Brasil, especialmente no período de inverno.

O Brasil, porém, é um dos poucos países que permitem sua venda. O remédio é proibido em países como Japão, Argentina e Canadá e, em 2002, Finlândia e Espanha também entraram na lista das nações que baniram o medicamento. Nos Estados Unidos, Austrália, Reino Unido e Alemanha, ele nunca conseguiu sequer ter o registro autorizado para comercialização.

Vários estudos apontam que a nimesulida é tóxica para o fígado, podendo levar a casos de hepatite extremamente graves. Um parecer da Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) concluiu que duas pessoas chegaram a precisar de transplantes de fígado por reações à nimesulda. Por conta disso, as dosagens de 200 mg foram proibidas em todo o continente europeu há mais de duas décadas.

No caso específico da nimesulida, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) contraindica seu uso por pacientes que tenham histórico de reações hepáticas, insuficiência renal ou que sejam menores de 12 anos.

Descongestionantes nasais Existem dezenas de componentes médicos que podem ajudar a controlar a coriza, a sensação do nariz escorrendo, ou a dificuldade de respirar por estar com o nariz entupido. Ao menos duas das substâncias mais usadas no Brasil, porém, têm restrições fora do país.

A pseudoefedrina é um princípio ativo popular em muitos descongestionantes nasais e anti-alérgicos, mas, desde 2005, tem seu acesso restringido nos Estados Unidos e em países da Europa, onde é vendido como um remédio “tarja preta”. Embora o remédio não seja inseguro, sua comercialização foi controlada por servir como base para a fabricação de metanfetamina.

Outro princípio ativo com função parecida, a fenilefrina, ficou mais popular com a saída da pseudoefedrina da maioria dos produtos. Ela está presente em vários medicamentos contra a gripe comuns no Brasil, porém em 2023 foi analisada e declarada pelo FDA ineficaz quando usada de forma oral.

Os especialistas acreditam que, nos próximos meses, a substância deve ser retirada do mercado americano por não ter conseguido passar nos testes da agência reguladora.

Diane 35 O medicamento usado para tratamento de condições causadas por descontroles de hormônios andrógenos na mulher, tais como a acne e síndrome de ovários policísticos (SOP), e como anticoncepcional, o Diane 35 foi associado a quatro mortes de mulheres na França.

O remédio foi considerado responsável por casos de trombose que levaram a acidentes vasculares cerebrais (AVC) em suas usuárias e passou a ter a venda restrita em uma série de países. Mulheres com histórico de trombose ou problemas circulatórios como pressão alta não podem usar o remédio no Brasil pelo mesmo motivo.

Sibutramina Antes do boom de popularidade do Ozempic, a sibutramina era a pílula emagrecedora mais conhecida do mundo. É o medicamento emagrecedor com registro válido mais antigo no Brasil, sendo comercializado desde 1998.

Em 2010, porém, a EMEA decidiu suspender a venda e a prescrição da droga na Europa. O remédio foi apontado como responsável por aumentar riscos de eventos cardiovasculares graves como infarto e AVC. Um estudo indicou que a perda de peso modesta estimulada pelo remédio não compensava o aumento médio de risco de 16% desses eventos.

A sibutramina foi reavaliada pela Anvisa em 2011, mas a agência brasileira considerou que o seu benefício era maior que o risco, desde que utilizada adequadamente. O controle sobre a substância se tornou mais rígido com a criação de uma receita especial para a prescrição do medicamento.

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