Dois homens foram presos, neste domingo (21/7), em Uberlândia (MG), após sequestrarem um motorista e roubarem um caminhão Scania avaliado R$ 1 milhão. O veículo estava carregado com R$ 100 mil em produtos para ração animal.
O motorista do caminhão foi sequestrado e abandonado em um canavial. A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) conseguiu chegar aos suspeitos e ao local onde o veículo seria adulterado depois de serem identificados pela equipe de investigação defensiva da transportadora.
João Aparecido Gomes de Morais, 43, e Agnaldo Ernandes Campanholo, 52, foram presos por receptação em uma borracharia, onde também foi recuperado o veículo.
Eles são investigados por suspeita de integrar grupo criminoso especializado em roubo de caminhões no Distrito Federal, em Goiás e Minas Gerais
Ex-delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, o advogado criminalista Alexandre Lourenço, contratado pela empresa, disse que chegou a localizar um vídeo em que um homem oferece a carreta à venda, supostamente a mando de Ronald Alessandro da Silva, 54, que não foi preso porque estaria em Altamira (PA).
Em 2018, Ronald já foi preso com outras seis pessoas por suspeita de roubo e adulteração de placas e chassis de 20 caminhões no DF e em Goiás, agindo com violência contra as vítimas.
Segundo o advogado da transportadora, o rastreador da Scania foi retirado do veículo ainda em Uberaba. “Por meio do trabalho de investigação da defesa, identificamos a pessoa responsável pela encomenda do caminhão e, também, pelo comércio do veículo, que, segundo testemunha, é Ronald Alessandro”, afirmou.
Veja:
Sequestro do motorista De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), na última quinta-feira (18/7), por volta das 14 horas, o motorista da Scania saiu de Uberaba (MG) com o veículo carregado, passou por Goiânia (GO) e seguiria para a cidade de Ariquemes (RO).
No entanto, segundo a ocorrência, o motorista parou na BR 0-50, na altura do KM 201, perto de um posto de combustível. Por volta das 21h, enquanto estava preparando refeição na caixa de cozinha do veículo, um criminoso encostou o cano de uma arma de fogo na cabeça dele e o jogou no chão. O motorista relatou que, em seguida, teve a cabeça coberta por um capuz e foi agredido com coronhadas ainda no chão.
O condutor, de acordo com a ocorrência, disse que passou a ouvir conversa entre o agressor e uma pessoa que assumiu a direção do caminhão. O homem armado também teria recebido orientações de outro suspeito, por meio de radiocomunicador, sobre como proceder para desativar o sistema de rastreamento do veículo.
Eles permaneceram no local por pouco tempo, e, em seguida, o condutor, ainda encapuzado, foi colocado em um veículo de passeio no banco traseiro, no meio de outros dois suspeitos, com armas encostadas na cabeça dele. A vítima disse que, depois de um tempo, o veículo adentrou em uma estrada de terra e, por diversas vezes, parou em locais distintos.
Depois, conforme a ocorrência, o grupo criminoso parou o veículo em uma estrada de chão, e os dois bandidos que também estavam no banco traseiro jogaram a vítima para fora e ordenaram que se mantivesse de costas, fazendo incessantes ameaças de morte.
Em seguida, arrancaram o capuz e determinaram que ela corresse em direção a um canavial, sem olhar para trás. Os criminosos também roubaram celular, carteira e outros objetos da vítima.
Resgate Depois de correr por algumas horas, a vítima viu faróis de veículos mais à frente e, por fim, chegou a um posto de combustível na Rodovia Anhanguera, perto do município de Igarapava. O motorista da transportadora disse à polícia que ficou “em estado de choque” e pediu que um funcionário do estabelecimento chamasse a polícia, mas nenhuma viatura apareceu.
Logo em seguida, a vítima pediu telefone emprestado e ligou para o seu patrão, que mandou outro motorista da transportadora buscá-la no posto.
Depois de ser resgatado, seguiu em outro caminhão da empresa, com o colega de trabalho, para a base da Polícia Rodoviária Estadual de São Paulo em Igarapava, mas não obteve êxito porque estava fechada. Por isso, teve de se deslocar para a unidade operacional da PRF em Uberaba, onde registrou a ocorrência.