Após a desistência de Joe Biden em concorrer à presidência dos Estados Unidos, o Partido Democrata registrou o maior dia em doações para a campanha dos últimos quatro anos. Ao todo, somente nesse domingo (21/7), foram recebidos mais de US$ 50 milhões, algo em torno de R$ 250 milhões.
Desde a eleição de 2020, os democratas não obtinham uma cifra tão alta por meio de doações on-line. O resultado foi divulgado pelo jornal The New York Times, a partir da análise feita pelo contador on-line de contribuições mantido pela ActBlue, que é a principal plataforma para doar dinheiro à campanha do partido.
A saída de Biden e a sinalização da candidatura da atual vice-presidente, Kamala Harris, reanimou e engajou os democratas. A quantidade de contribuições aumentou em escala impressionante. As doações saíram de uma média de US$ 200 mil por hora e foram para quase US$ 11,5 milhões.
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Na rede social X, o perfil de Biden apresenta uma imagem com a mensagem “Harris for President” (Harris para presidente)
Reprodução/Redes sociais
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Até o último domingo (21/7), os slogans sinalizavam “Together, we can finish the job” (juntos nós podemos terminar o trabalho”, com a imagem mostrando Joe Biden no Facebook
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Andrew Harnik/Getty Images)
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O presidente dos EUA, Joe Biden, faz comentários durante o debate presidencial das eleições de 2024
Justin Sullivan/Getty Images
De acordo com os dados da ActBlue, o montante captado até as 22h de Washington foi o terceiro maior já registrado na história da plataforma. O contador leva em consideração todas as doações feitas ao partido e não somente aquelas direcionadas a Biden ou Kamala, individualmente.
Esse valor corresponde, também, ao que é doado para todos os candidatos democratas à Câmara e ao Senado, além de uma vasta quantidade de organizações sem fins lucrativos. Os estrategistas do partido já avaliam que o momento pode se tornar o maior da história democrata, no que diz respeito à arrecadação de fundos.
Recorde anterior Até então, o maior dia único de doações na ActBlue havia sido o dia seguinte à morte da juíza da Suprema Corte Ruth Bader Ginsburg, em setembro de 2020. À época, a plataforma contabilizou um montante aproximado de US$ 73,5 bilhões.
O engajamento desse domingo é uma boa notícia para o Partido Democrata, que tenta se recuperar do momento de estagnação e troca de candidato às vésperas da campanha eleitoral. Até então, o que se via na plataforma de doações era o extremo oposto: uma redução considerável dos valores entre os principais doadores democratas.
Essa tendência tornou-se mais perceptível após o desempenho de Joe Biden no primeiro debate, em junho, que foi considerado fraco. Agora, com a troca para Kamala Harris, o partido oxigenou os ânimos e parece estar de volta à disputa, com força total.
Troca de registro e nova logotipo A equipe de Biden já fez a alteração no registro de campanha na Comissão Federal Eleitoral e colocou Kamala como candidata à presidência. Além disso, as redes sociais de ambos já fizeram a troca do logotipo da campanha, com o mote “Let’s Win This” (Vamos vencer essa).
Com a indicação de Kamala, e caso seja escolhida oficialmente pelos democratas na convenção de agosto, ela deve herdar todo o valor arrecado por Biden em doações, até então – algo em torno de US$ 96 milhões ou R$ 535 milhões na cotação direta.