A demora do presidente Lula (PT) em reagir à eleição da Venezuela abriu um novo flanco de críticas da oposição bolsonarista. Se o petista só falou que há uma “briga” no país vizinho, quem terá que falar mais, muito provavelmente, será o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
O chanceler brasileiro é alvo de dois requerimentos de convocação, um na Câmara e outro no Senado, para dar explicações sobre a posição do Brasil quanto à questionável eleição na Venezuela. Oficialmente, o país ainda não se posicionou propriamente quanto à reeleição de Nicolás Maduro.
O autor do requerimento no Senado é o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do Progressistas. Na Câmara, o autor é o deputado Zucco (PL-RS).
O blog apurou que o requerimento do Senado tem mais chances de passar, já que mesmo entre bolsonaristas, a oposição na casa é considerada mais “civilizada”. O ministro já esteve por três vezes na Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal, todas as vezes como convidado.
Ontem (30/07), Lula disse em entrevista à TV Centro América, de Mato Grosso, que a “briga” na Venezuela se resolve apresentando as atas do pleito do último domingo (28/07).
“Tem uma briga. Como resolve essa briga? Apresenta a ata […]. Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com um recurso e vai esperar na Justiça tomar o processo. E vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar. Eu estou convencido que é um processo normal, tranquilo” – Lula
Venezuela O CNE (Conselho Nacional Eleitoral) afirmou na madrugada de segunda-feira (29/07) que Maduro foi reeleito com 51,2% dos votos (5.150.092) contra 44% (4.445.978) do candidato da oposição Edmundo González Urrutia. A oposição de direita afirma que a eleição foi fraudada e diz que se saiu vencedora contra o presidente.