Ser ou não ser bolsonarista, essa é a questão para Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo e candidato à reeleição. Bolsonarista ele não é. Mas precisa do apoio de Bolsonaro e dos seus votos para disputar o segundo turno com Guilherme Boulos (PSOL), candidato apoiado por Lula e pelo PT.
Nunes afaga Bolsonaro sempre que pode. Não queria, mas foi obrigado a engolir como vice em sua chapa o coronel Mello Araújo, ex-comandante da Rota, indicado por Bolsonaro. Está disposto a engolir a presença de Bolsonaro em alguns, não em todos os seus programas de propaganda eleitoral no rádio e na televisão.
Todavia… Todavia há limites para tudo. Por exemplo: Bolsonaro deverá ser a estrela principal do ato convocado por bolsonaristas para o próximo dia 7 de setembro contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A princípio, Nunes não irá ao ato. Mandará o coronel no seu lugar. Como Bolsonaro reagirá?
Disse Nunes, ontem:
“Olha, eu não vi ainda a agenda do dia 7. O dia 7 de setembro é um dia muito importante para a gente, para todo o povo brasileiro, que simboliza principalmente a questão da independência, da liberdade. Eu tenho minhas agendas oficiais como prefeito”.
Pablo Marçal, candidato a prefeito pelo PRTB, está lambendo os beiços. Hoje, tem pesquisa sobre a intenção de voto dos paulistanos. Amanhã terá outra. Se elas apontarem mais um salto de crescimento de Marçal, a campanha de Nunes entrará em crise de vez. Uma crise mais do que anunciada.