Um estudo realizado pela plataforma Hibou Insights mostrou que após estigmas e paradigmas, os brasileiros agora entendem que a depressão é uma doença. A enfermidade mental era ainda alvo de desinformação por parte da população do país.
De acordo com a diretora de estratégia da empresa especializada em comportamento humano, Ligia Mello, anteriormente o número estava na faixa dos 80%, e que agora a população está mais atenta com o tema.
“As pessoas perceberam que não é frescura, não é apenas se mexer, se levantar e fazer alguma coisa. Elas começaram a entender que a depressão paralisa as pessoas. Esse número, sete anos atrás, estava na faixa dos 80%. Os brasileiros estão prestando atenção,se informando, sabem os gatilhos da depressão e entendem que essas pessoas precisam de ajuda”, disse Mello ao GLOBO.
Mesmo com o avanço, cerca de 5% ainda classificam a depressão como um estado de espírito ou humor e 6% acreditam que é sinônimo de fraqueza.
“A pandemia ajudou muito as pessoas a entenderem a vulnerabilidade e a finitude da vida. Antes o brasileiro achava que só se morria por acidente de carro, bala perdida, assalto, ou idade avançada, e percebemos que não é bem assim. O principal é continuar falando, mostrando que essa doença está próxima e latente na maioria das pessoas para cada vez mais desmistificar essa situação”, observou Ligia.
Segundo a reportagem do O GLOBO, a pesquisa também apresentou os principais motivos que levaram as pessoas a um quadro depressivo. Entre eles estão a dificuldade financeira ou de ascensão profissional com quase 70%; seguida por falta de perspectiva econômica e desemprego (60%). Foram listados também o excesso de trabalho e estresse, além da falta de perspectiva de vida (ambos com 53%).
Foi registrado um crescimento de 8% no número de pessoas que responderam que o motivo principal que levou a pensarem em suicídio foi não conseguir corresponder às expectativas da família/amigos e outros 6% a mais responderam problemas com dívidas.