O grupo Heineken anunciou avanços no compromisso firmado com o Movimento pela Equidade Racial (Mover) de ter 40% de pessoas pretas e pardas em cargos de liderança no Brasil até 2030. A empresa assinou a promessa em 2021, então com 26% dos líderes pertencentes a este grupo. Hoje, são 36%, o correspondente a 832 pessoas.
“A gente tem crescido muito mais do que um ponto percentual por ano”, afirma a gerente de diversidade, equidade e inclusão do grupo, Vetusa Pereira, que acredita na possibilidade da meta ser batida antes.
Ela explica que a companhia adotou o objetivo por “toda a questão ética moral de reparação”, mas também pelos benefícios para a própria marca.
“A gente não pode ser uma empresa que quer chegar no coração primeiro e depois no copo das pessoas se a gente for uma empresa que não olha pro Brasil de maneira inclusiva”, afirma a porta-voz.
O Mover é uma associação sem fins lucrativos formada por mais de 50 empresas que adotaram esta meta. Caso seja alcançada por todas as organizações, o resultado serão mais de 10 mil lideranças negras e 3 milhões de impactados com cursos, capacitações e oportunidades de negócio para o grupo demográfico.
Ação pró-diversidade
Segundo a empresa, só neste ano, 54% das posições sêniores foram preenchidas por profissionais negros. O grupo afirma também que abriu cerca de 104 vagas afirmativas em 2024.
Apesar da adesão ao Mover em 2021, a Heineken iniciou antes suas ações de diversidade. Em 2018, eram 16% das lideranças negras. Um encaminhamento da matriz internacional demandou que fosse criada uma política de equidade de gênero em 2019. O departamento de recursos humanos brasileiro decidiu então criar também grupos voluntários para combate a outras desigualdades.
Na empresa há 14 anos, Vetusa Pereira passou pelos grupos, pela formação de um departamento de diversidade e chegou ao cargo de liderança da área em 2022, já com o compromisso com o Mover em curso.
Para aumentar a quantidade de líderes negros, o Mover indica tanto ações afirmativas como formações internas para desenvolver líderes de dentro das empresas.
“O que eu acho mais legal é que eesses 40% não vão ser todos na primeira posição de liderança”, diz Pereira. “A gente está trabalhando a galera que está na gerência, por exemplo, para a direção. Então a gente quer distribuir até 2030 essa liderança em todos os níveis de senioridade da nossa hierarquia”, diz a gerente de diversidade.
Na Heineken Brasil como um todo, não há uma meta de crescimento no percentual de profissionais negros. Mas a empresa tem a vantagem de já contar com maior parte de seus funcionários pertencentes ao espectro da negritude: 56%.
Segundo levantamento realizado pelo jornal Folha de S. Paulo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), pessoas negras ocupavam 36,10% dos cargos de “diretor”, “chefe”, “supervisor”, “gerente”, “coordenador” e “dirigente” em 2023. A população preta e parda do Brasil é de 55,23% segundo o IBGE.
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