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Centro Olímpico do DF perde aparelhos, e medalhistas são prejudicados

Duas semanas após conquistarem 12 medalhas na Copinha Brasil de Saltos Ornamentais, realizada entre 23 e 25 de outubro, em São Paulo, atletas do Centro Olímpico e Paralímpico (COP) do Gama perderam grande parte da estrutura para treinar para as próximas competições. E a ação ocorreu de surpresa: na última sexta-feira (8/11), quando chegaram na unidade, os alunos perceberam que todos os trampolins haviam sido retirados, sem que ninguém avisasse ou explicasse o por quê.

A ação prejudica cerca de 40 alunos, com idades entre 6 e 14 anos. A unidade contava com cinco trampolins. Dois deles estavam instalados a um metro de altura; outros dois, a três metros; e outro ficava fora da piscina, para treinamentos sem água.

O Metrópoles foi ao COP Gama na última quarta-feira (13/11). O diretor da unidade, André Brayner, optou por não responder por que os trampolins foram retirados. Brayner também tentou evitar que a equipe de reportagem chegasse próximo à piscina para fazer imagens, permitindo apenas registros a distância.

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Sem o equipamento, treinos são prejudicados

Recentemente, os jovens conquistaram 12 medalhas para o DF em competição nacional
Foram dois ouros, seis pratas e quatro bronzes
São cerca de 40 saltistas
Eles têm entre 6 e 14 anos
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Crianças e adolescentes dos saltos ornamentais do Centro Olímpico do Gama estão treinando sem trampolins

BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

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Sem o equipamento, treinos são prejudicados

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Recentemente, os jovens conquistaram 12 medalhas para o DF em competição nacional

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Foram dois ouros, seis pratas e quatro bronzes

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São cerca de 40 saltistas

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Eles têm entre 6 e 14 anos

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Alunos, pais e professores não foram avisados das mudanças em relação aos trampolins

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Piscina do COP Gama também apresenta problemas

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Apesar das dificuldades, os garotos resistem

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Eles treinam no Centro Olímpico e Paralímpico do Gama

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Um dos equipamentos já tinha sido removido em agosto, também sem explicação. Na última semana, foram levados os outros três trampolins. Agora, os alunos têm que pular direto do concreto para a piscina sem quiserem manter o ritmo.

Pais, alunos e professores não foram informados da perda da estrutura. “Na semana passada, quando minha filha viu o espaço vazio, ela chegou em casa muito triste, falando: ‘Mãe, tiraram nossos trampolins’. Não nos avisaram, creio que nem os professores estavam sabendo”, comenta ao Metrópoles a motorista Elízia Reis, 44 anos, mãe de uma aluna de 10 anos.

“Os trampolins já estavam ali há um tempão, daí vão e retiram sem dar satisfação. Às vezes até jogaram fora, sei lá o que fizeram. Eles deveriam pensar mais nas crianças, são atletas vencedores.”

A filha de Elízia conquistou duas medalhas na Copinha de Saltos Ornamentais. Foi a primeira competição oficial da garota. “Eles continuam treinando, porque eles não desistem, né?! Mesmo com as dificuldades…”, reflete a mãe. “As crianças trouxeram medalhas de ouro para o DF mesmo sem nenhuma estrutura.”

Outra mãe de atleta, que prefere não ser identificada, também alega não ter sido avisada de nenhuma mudança no COP Gama. “Eu só sei que retiraram os trampolins porque estou aqui todos os dias, mas nada nos foi informado”, comenta a mulher, que é mãe de uma saltadora de 11 anos.

A mulher aponta que os alunos serão prejudicados. “Os responsáveis pelo Centro e pela modalidade estão demonstrando desinteresse sobre eles. A Secretaria de Esporte e Lazer (SEL-DF) homenageou os meninos e tudo, mas, nas próximas competições, os meninos estarão em desvantagem”.

Além da estrutura deficitária, a mãe reclama da falta de aporte financeiro. “Na viagem para a Copinha, por exemplo, nós arcamos com hospedagem e alimentação. Sempre temos que arcar com despesas”, lamenta.

Na competição em São Paulo, a saltadora do DF ganhou uma medalha de prata e uma de bronze. “Ela e os colegas são verdadeiros medalhistas porque treinam todos os dias, mas falta apoio do Ibres [instituto que gere o esporte — entenda abaixo]”.

De quem são os trampolins? Entenda

O COP Gama é gerido pelo Instituto Bombeiros de Responsabilidade Social (Ibres). Os trampolins, no entanto, são de propriedade do Instituto Pro Brasil (IPB), clube esportivo com sede no DF que, por meio de parceria com a Secretaria de Esporte e Lazer (SEL-DF), empresta os aparelhos para os centros olímpicos do Gama e da Universidade de Brasília (UnB).

O Instituto Pro Brasil informou ao Metrópoles que pegou de volta os equipamentos das duas unidades de maneira temporária para utilizar em uma competição no Rio de Janeiro. “A retirada dos trampolins neste momento ocorreu em função do Campeonato Mundial Júnior de Saltos Ornamentais, que acontece entre os dias 24 de novembro e 1º de dezembro, no Rio de Janeiro. Tendo em vista que os trampolins do Parque Aquático Júlio Delamare, no Rio, são muito velhos, houve a retirada de alguns trampolins do Centro Olímpico da UnB e do Centro Olímpico do Gama para serem utilizados durante o Mundial Júnior”, afirmou o Instituto.

A entidade prometeu que “após o evento, estes equipamentos voltarão aos respectivos centros”.

Embora os trampolins sejam do Instituto Pro Brasil — que alega ceder os itens sem ter benefício em troca — e que não haja nenhuma irregularidade na retirada, o fato é que os 40 alunos do COP Gama ficarão pelo menos um mês sem treinar da maneira devida por causa da ausência das pranchas. Os atletas da UnB não serão totalmente prejudicados, pois não houve a remoção total naquela unidade. Além disso, os saltadores ornamentais Victor Molin, Paolla Bittencourt e Miguel Cardoso, que treinam no Centro Olímpico da universidade, participarão do Mundial Júnior no Rio.

O nível de competição dos esportistas da UnB é diferente em relação ao do Gama. Na universidade, treinam vários atletas de alto rendimento, enquanto no Gama, embora também haja exemplos, o foco é na iniciação aos saltos ornamentais.

O Instituto Pro Brasil alega ter avisado o Ibres da remoção dos trampolins.

A Secretaria de Esporte confirmou ainda que os equipamentos são cedidos por meio de parceria. “No entanto, a pasta iniciou tratativas para aquisição de novos trampolins para a unidade”, declarou. O órgão não deu detalhes desta suposta compra ou empréstimo.

13 anos de vazamento

Além dos trampolins, problema que parece ser pontual, o COP Gama sofre com uma questão crônica: a piscina. Em 2011, quando foi inaugurada, a unidade já tinha um vazamento na piscina. Treze anos depois, os alunos seguem vendo o nível da água baixar periodicamente porque nunca foi feita uma correção permanente.

“Os alunos têm que ficar pedindo para encher essa piscina porque sempre tem vazamento”, comenta Elízia. “A minha filha mais velha também teve aulas de saltos ornamentais, há nove anos. Quando ela entrou, esse problema já existia. Eu ligava e até hoje ligo na Ouvidoria do GDF, e sempre respondem que vão resolver; já cobrei o diretor do COP Gama, e ele repete o mesmo discurso. Nunca resolvem, sempre vão empurrando com a barriga.”

“Até um ‘panelaço’ eu já ameacei fazer”, confessa a mulher.

Sobre a piscina, a SEL-DF trata o problema como “possível vazamento”. “A SEL notificou a empresa responsável pela manutenção das piscinas, a fim de que identifique e corrija o problema, caso seja confirmado”, declarou em nota. A reportagem retornou o contato, a fim de saber qual a empresa responsável e se há previsão de correção real do escoamento. “Sem atualizações”, resumiu a pasta.

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