O prefeito de Cruz das Almas, Ednaldo Ribeiro, foi eleito presidente do Consórcio Territorial do Recôncavo, derrotando a prefeita de Conceição do Almeida, Renata, por 10 votos a 7. A vitória de Ednaldo não apenas representa um avanço para a sua gestão, mas também uma derrota significativa para a articulação política do governo estadual da Bahia, que apostava na candidatura de Renata para garantir a presidência do consórcio.
A eleição, que tradicionalmente tem forte peso na dinâmica política regional, teve repercussões além do próprio Recôncavo. A disputa se configurou como o primeiro grande teste da gestão de Adolpho Loyola à frente da Secretaria de Relações Institucionais (Serin), nova pasta do governo estadual.
Sob o comando de Loyola, a expectativa era de que a estrutura da Serin e seu apoio aos prefeitos da base aliada garantiriam a vitória de Renata, uma forte aliada do governador Jerônimo Rodrigues. Contudo, o resultado revelou a força da articulação política liderada por ACM Neto, ex-prefeito de Salvador e principal liderança da oposição.
A derrota de Renata foi amplamente interpretada como um sinal de alerta para a eficácia da estratégia do governo estadual, que ainda está consolidando sua base de prefeitos no Recôncavo. A vitória de Ednaldo Ribeiro, que contou com o apoio de um grupo de prefeitos independentes e lideranças locais, demonstrou a resistência das lideranças regionais a uma centralização política excessiva e reforçou o poder de articulação do ex-prefeito de Salvador.
“Essa eleição mostrou que, no Recôncavo, as lideranças locais têm um papel muito forte e que uma estratégia de centralização não é suficiente para garantir apoio”, afirmou um analista político local. A derrota de Renata foi vista, também, como um tropeço para a nova gestão da Serin, que até então tinha sido vista como promissora na articulação política do governo estadual.
Além disso, a vitória de Ednaldo Ribeiro sinaliza um enfraquecimento do apoio estadual na região, um reflexo das divisões internas entre os prefeitos e a dificuldade do governo em unificar interesses em uma área politicamente tão diversificada. A gestão de Loyola, que busca estruturar a base de apoio no interior do estado, terá agora de lidar com os desafios de recuperar a confiança de lideranças locais, sem abrir mão das articulações com os municípios.