São Paulo – Dois policiais federais investigados por suposto envolvimento no envio irregular de ouro para o exterior, em voos comerciais, são monitorados com tornozeleiras eletrônicas.

Ambos estão afastados do trabalho e também devem seguir medidas cautelares, determinadas pela Justiça Federal, segundo afirmado à reportagem, nesta quarta-feira (6/12), pela comunicação da Polícia Federal (PF).

Como revelado pelo Metrópoles, Gianpiero Nieri Rocha, de 48 anos, e Ernesto Kenji Igarashi, 51, são alvos de investigação da PF por facilitar o despacho de ouro — coletado em garimpos clandestinos — para o exterior, por meio de voos comerciais no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos (SP), na região metropolitana.

Ambos os investigados tinham livre acesso às áreas pública e restrita do maior aeroporto do Brasil por serem policiais federais. A defesa deles não foi encontrada até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.

Fontes que acompanham o caso afirmaram ao Metrópoles, em sigilo, que os agentes recebiam o ouro e o repassavam para a área restrita do aeroporto, onde entregavam o material para “mulas” — pessoas responsáveis por transportar o metal precioso.

Investigações da PF mostram que o grupo criminoso transportou “centenas de quilos de ouro” para fora do Brasil, entre 2018 e 2022, a partir de voos comerciais partindo de Guarulhos.

Série de TV Como também revelado pelo Metrópoles, o agente da PF Gianpiero Nieri Rocha é um dos policiais que participam da primeira temporada da série Área Restrita, exibida na TV a cabo e em streaming. O programa mostra os bastidores das forças de segurança do Aeroporto Internacional de São Paulo.

No programa, Nieri aparece como uma das personagens da vida real que atuam para identificar práticas ilegais, incluindo as feitas por meio do despacho de bagagens.

Com 12 episódios, a primeira temporada da série Área Restrita também mostra a rotina de agentes da Receita Federal e das polícias Civil e Militar. Nieri aparece dando apoio em operações, via telefone e mensagem, e até se disfarçando de funcionário para investigar irregularidades.

O Metrópoles apurou que a operação sobre ele e o outro policial surpreendeu funcionários do aeroporto que conheciam a dupla.