No ano passado, de acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), somente nas rodovias federais, foram registrados 64 mil acidentes. Entre eles, 52 mil tiveram vítimas, mortos ou feridos, e o carnaval foi o período de maior incidência. O secretário nacional de trânsito promete uma ação mais efetiva contra os sinistros: “Depois que a gente tiver com isso tudo bem incrementado, funcionando bem, a nossa ideia é estabelecer um processo de transparência desses dados, para que as pessoas possam cobrar das autoridades. Por exemplo, se a sua cidade é uma cidade que tem, infelizmente, muitos mortos no trânsito, e quais medidas serão tomadas. A Senatran vai apresentar todo o cardápio de medidas, por meio do Penatrans, que é o nosso Plano Nacional de Redução de Mortes, que está sendo revisado ainda esse mês”.
Especialistas defendem que o Brasil precisa investir muito mais em educação para promover uma mudança de comportamento no trânsito para as futuras gerações. O advogado Maurício Januzzi ressalta que, desde 2007, o Código de Trânsito Brasileiro prevê uma disciplina sobre o tema nas escolas, mas, até agora, nada foi implementado: “Ela simplesmente é ignorada pelo Ministério da Educação, e também pelo Ministério dos Transportes e da Segurança (…) Tecnicamente isso é deixado de lado. Fica só na fiscalização, quando dói no bolso, as multas que aparecem. Não vejo empenho dos três níveis de governo em fazer essa educação no trânsito”. O Brasil firmou um compromisso com a ONU (Organização das Nações Unidas) pela redução de 50% das mortes no trânsito até 2028. Promover esta redução pode ainda contar gastos já que, de acordo com a estimativa da CNT, o custo causado pelos acidentes nas rodovias federais, em 2022, foi de R$ 13 bilhões, o dobro do investimento federal na malha pública, que é da ordem de R$ 6,5 bilhões.
*Com informações do repórter Marcelo Mattos