A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deve ser encerrada na próxima semana, segundo o relator Ricardo Salles (PL-SP). Inicialmente, o grupo iria se encerrar apenas em 14 de setembro. Contudo, o governo mobilizou partidos aliados do chamado Centrão para alcançar a maioria na CPI do MST. A negociação derrubou parlamentares de oposição considerados radicais, o que dificulta o debate para quem é abertamente crítico ao movimento. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) avaliou a interferência do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) no processo. “Arthur Lira está 100% com o governo. Depois que líderes da base do governo, que também são da base do presidente da Câmara, foram atendidos com ministérios, cargos e emendas, Lira tem pautado todos os projetos do governo. Tudo que Lula quer que seja pautado e votado, o presidente da Câmara coloca. Enquanto isso, o governo tem função de formar maioria para votar esses projetos. Isso é só uma demonstração de que Arthur Lira está mais próximo do governo do que nunca”, comentou. De acordo com Kim Kataguiri, o governo “ficou desesperado a ponta de ter que distribuir orçamento secreto para as bases parlamentares para trocar integrantes da CPI e fazer com que a maior parte seja do governo. Outro ponto que devemos ressaltar é que aprovamos os principais requerimentos no início da CPI. Portanto, mesmo com maioria na CPI, o governo não consegue barrar nenhuma convocação”, acrescentou o deputado.