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BC faz 6º corte seguido de 0,5 p.p. e Selic vai a 10,75%

Decisão se deu por unanimidade no Copom; é o menor nível desde março de 2022, quando estava no mesmo patamar

Comitê de Política Monetária do Banco Central se reuniu na 3ª feira (19.mar) e na 4ª feira (20.mar); na imagem, fachada da autoridade monetária Sérgio Lima/Poder360 — 2.mar.2017

Gabriel Benevides Hamilton Ferrari 20.mar.2024 (quarta-feira) – 18h38

O Banco Central decidiu nesta 4ª feira (20.mar.2024) realizar mais um corte de 0,5 ponto percentual na Selic. A taxa básica de juros caiu de 11,25% para 10,75% ao ano e atingiu o menor nível desde março de 2022, quando estava no mesmo patamar.

A última vez que o juro base ficou abaixo de 10,75% ao ano foi em fevereiro de 2022, quando era 9,75%. A decisão se deu por unanimidade no Copom (Comitê de Política Monetária), formado por 8 diretores e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O colegiado cortou a Selic em meio ponto percentual pela 6ª vez consecutiva. 

Leia abaixo a trajetória da Selic a cada reunião: 

Antes do início do ciclo de cortes, o juro base estava em 13,75%, em agosto de 2023. O Banco Central deixou a Selic neste patamar por 1 ano. A razão pela manutenção da taxa elevada é controlar a inflação. O crédito mais caro desacelera o consumo e a produção. Como consequência, os preços tendem a não aumentar de forma tão rápida.

Medida oficialmente pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a taxa acumulada da inflação em 12 meses caiu de 4,51% para 4,50% em fevereiro. 

A meta de inflação do Brasil em 2024 é de 3%, mas tem intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Portanto, ainda será considerado dentro da meta caso o indicador fique entre 1,5% e 4,5%.

O Brasil terminou 2023 com uma taxa de 4,62%, dentro da meta. Para 2024, os agentes do mercado financeiro estimam inflação de 3,79%, segundo o Boletim Focus. 

O COPOM A reunião do Copom é a 2ª com 4 nomes indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O Banco Central é uma instituição com autonomia operacional. Os 8 diretores e o presidente têm mandatos de 4 anos -que não coincidem com o período eleitoral do Poder Executivo. Lula só conseguirá obter maioria das cadeiras em 2025, quando Campos Neto e outros 2 diretores terminam o mandato.

Os indicados de Lula são:

Gabriel Galípolo (Política Monetária) – assumiu o cargo em 12 de julho de 2023; Ailton Aquino (Fiscalização) – assumiu o cargo em 12 de julho de 2023; Rodrigo Teixeira (Administração) – assumiu o cargo em 1º de janeiro de 2024; Paulo Picchetti (Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos) – assumiu o cargo em 1º de janeiro de 2024. Leia no infográfico abaixo os quem são os diretores e a duração de seus mandatos:

A composição da equipe em 9 pessoas impede que haja empate na decisão de política monetária. Eles se reúnem a cada 45 dias para definir os juros. Os encontros duram 2 dias, sempre às terças e quartas-feiras.

Veja a foto tirada na reunião do Copom de 31 de janeiro, a última antes do encontro desta 4ª feira (20.mar): 

Raphael Ribeiro/BCB – 31.jan.2024

Composição do Copom (Comitê de Política Monetária de 2024

Leia os nomes dos integrantes do Copom, da esquerda para a direita:

Rodrigo Teixeira – diretor de Administração; Roberto Campos Neto – presidente do BC; Carolina de Assis Barros – diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta; Gabriel Galípolo – diretor de Política Monetária; Otavio Ribeiro Damaso – diretor de Regulação; Ailton de Aquino Santos – diretor de Fiscalização; Paulo Picchetti – diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos; Renato Dias de Brito Gomes – diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução; Diogo Abry Guillen – diretor de Política Econômica. Segundo o calendário, a próxima reunião será em 2 e 3 de maio de 2023. A decisão do Copom é divulgada no 2º dia (4ª feira) por meio de comunicado na página da autoridade monetária. 

A ata (documento de registro) da reunião é publicada até 4 dias úteis depois da data de realização dos encontros. Ou seja, na 3ª feira seguinte. Saiba mais aqui.

GOVERNO QUER JURO + BAIXO Desde que assumiu o Planalto em 2023, Lula critica o patamar elevado dos juros. As críticas continuaram mesmo depois do início dos cortes na Selic. O presidente disse em 11 de março que Campos Neto contribui para um “atraso monetário” no Brasil. 

“Não tem nenhuma explicação os juros da taxa Selic estarem a 11,25%. Não existe nenhuma explicação econômica, nenhuma explicação inflacionária. Não existe nada a não ser a teimosia do presidente do Banco Central em manter essa taxa de juros”, declarou Lula em entrevista ao SBT. 

O petista argumenta que o país precisa de juros mais baixo para que a economia se mova de forma mais intensa.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também fez um apelo ao Banco Central. Na 3ª feira (19.mar), véspera da definição da taxa, ele defendeu que a autoridade “olhe para as necessidades de crescimento do país, enquanto cumpre a sua missão institucional de controlar a inflação”.

Sobre a inflação, Haddad declarou o seguinte: “Mais uma vez, o presidente Lula demonstra seu compromisso com a estabilidade de preços ao já no seu 1º ano garantir a convergência para o centro da meta”.

POLÍTICA MONETÁRIA A taxa Selic recuou 3 pontos percentuais desde o início do ciclo de cortes. Relembre os cortes anunciados pelo BC nas últimas 5 reuniões:

agosto de 2023 – corte de 13,75% para 13,25%; setembro de 2023 – corte de 13,25% para 12,75%; novembro de 2023 – corte de 12,75% para 12,25%; dezembro de 2023 – corte de 12,25% para 11,75%; janeiro de 2024 – corte de 11,75% para 11,25%. março de 2024 – corte de 11,25% para 10,75%. 

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