São Paulo – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enviou a apoiadores e aliados próximos um vídeo do coach e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal o defendendo no caso das joias.
Bolsonaro usou a lista de transmissão no WhatsApp, como sempre faz quando quer para compartilhar conteúdos diversos e enviar recados a seus aliados mais próximos.
Bolsonaristas ouvidos pelo jornal O Estado de S.Paulo interpretaram o vídeo de Marçal no grupo como uma indireta a Ricardo Nunes, candidato à reeleição na capital paulista apoiado pelo PL, partido do ex-presidente.
No vídeo, Pablo Marçal, em sabatina realizada pelo UOL e pelo jornal Folha de S.Paulo, acusa a PF de agir com motivação política e afirma que as joias pertencem ao ex-presidente da República.
“Quem é a Polícia Federal nisso? A Polícia Federal é o ministro da Justiça que está mandando nele (sic). Pode fazer o que quiser. Se Bolsonaro tem acesso aos presentes, o presente é dele. Se não pode ficar com os presentes, eu duvido que ele vá ficar. É só devolver”.
Jair Bolsonaro é acusado pelos crimes de associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro pela venda ilegal de joias da Presidência da República, segundo relatório da Polícia Federal.
Na opinião dos bolsonaristas ouvidos pelo Estadão, Nunes poderia fazer uma defesa mais enfática do ex-presidente. Ao ser perguntado sobre as acusações, o prefeito de São Paulo pediu “tranquilidade” e lembrou do inquérito envolvendo a importunação de uma baleia jubarte, no qual a PF optou por não indiciar Bolsonaro.
Ainda assim, aliados avaliam que uma ruptura com Ricardo Nunes neste momento é “pouco provável”. Segundo o colunista Igor Gadelha, eles avaliaram que o desempenho de Marçal na sabatina deixou a desejar. A avaliação desses bolsonaristas é de que o influencer já teria batido seu “teto”, aoa tingir 10% nas pesquisas de intenção de voto.
Marçal, como noticiou o Metrópoles, se reuniu pessoalmente com Bolsonaro em junho. Na conversa, o ex-presidente afirmou que apoiaria Nunes, mas disse ao influencer que o apoiaria em um eventual segundo turno contra Guilherme Boulos (PSol).